A morte

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Aysla não aguentava ver o cenário de sangue e pessoas jogadas ao chão. Ela viu que William segurava nas mãos de Maite que se mostrava a mais restante de todos. Os guardas estavam mortos e ela tinha quase certeza disso. Eles haviam se sacrificado para proteger o grupo, e como consequência, eram os primeiros a serem atingidos. Ela se arrastou até Dulce, que estava de olhos semicerrados, segurando sua mão.



Aysla: Você está bem? - a fada abriu os olhos, vendo a imagem da mulher aos farrapos.

Dulce: Estou. Apenas sinto dores no ombro - a mulher se focou no que ela tinha dito, vendo que havia uma marca de mordida profunda no local - Um dos lobos me atacou. Nada que eu vá morrer - brincou ainda em estado deprimente.

Aysla: Nem brinque com isso.

Dulce: E Anahí? - perguntou notando apenas a presença de Maite.

Aysla: Não sei. Ela não está onde você a deixou - disse quase em prantos.

William: Mesmo não sendo tão perto eu ouvi sons altos vindo do chalé.

Dulce: Precisamos deter Silas, antes que ele faça algo a ela.

Maite: Vamos até lá. É o único lugar possível - Aysla pegou Dulce pondo um dos seus braços em volta da cintura da fada, enquanto ela agarrava o pescoço dela.


Indo em direção à cabana eles tentavam seguir ao mais rápido possível.



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No local, Anahí ainda jogada ao chão trocava olhares de falsa "segurança" com o homem de preto, melhor dizendo, o homem com quem ela cresceu e viu cada um de seus passos serem dados, a quem não só ela como Nora havia lhe entregado sua confiança. Silas tinha um olhar repleto de ódio e amargura. Chegava a ser demoníaco demais para alguém que se mostrava "bom".



Silas: Seu amorzinho vai ver a sua morte de perto.

Alfonso: Seu desgraçado! - Silas direcionou o olhar para o rapaz que estava imóvel sobre o chão, levantando a mão prestes a machucá-la.

Anahí: Não! Ele não tem nada haver com isso. Deixe-o em paz!

Silas: Tem razão, ele não me interessa. O meu assunto é com você.

Anahí: O que vai fazer? - ele não a respondeu.

Silas: Quer saber por que dessas cicatrizes no meu corpo e rosto? - Ela se concentrou numa das suas maiores dúvidas 'sempre quis saber isso'- As ganhei por sua culpa.

Anahí: O único que faz é me culpar por tudo! Por quê? Nunca fiz mal a você.

Silas: Pode não ter feito diretamente, mas fez e por isso vai morrer igual Nora! - ela se recordou no mesmo instante das cenas horríveis da morte da mãe. E como reflexo, lagrimou.

Anahí: Seu desprezível! Maldito! - ela tentou se reerguer para enfrentá-lo novamente, mas seus movimentos foram contidos pelo poder dele que a paralisou fincando a lança de madeira no centro do seu peito, com as próprias mãos.



Alfonso: ANAHI! - Gritou ele em último suspiro de força. Caindo em desespero ao ver que ela o olhava com os olhos repletos de lágrimas. Silenciada, agonizando.



Anahí olhou para o lugar onde a estaca de madeira estava fincada, notando a grande quantidade de sangue que saía. Ela segurava seu abdômen tentando conter as contrações que estavam presentes em toda aquela área. Os últimos fios de ar se esvaziavam dos seus pulmões, dando espaço à dor e agonia de saber o seu fim.


A imagem de Alfonso a encara-la com dor fez a vampira sorrir por uma última vez.



Maite e o restante entraram presenciando toda a cena. Eles traumatizaram, gritando, o que fez Sila desviar o olhar da vampira para encarar os invasores. Numa tacada de sorte, ela se utilizou do último suspiro para se juntar a ele, que estava bem próximo dela, o encaixando na mesma estaca. Anahí fincou suas unhas nos ombros do homem, o puxando cada vez mais. Ele a olhava com os olhos arregalados enquanto o sangue começava a escorrer da sua boca, transbordando nos dois.




Anahí: Isto é por minha mãe... - disse engasgada, o empurrando de volta e fazendo o local perfurado por ela, ficar livre.



Anahí caiu ao chão ao lado do homem de preto.


Ambos desacordados e mortos.




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