V

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-Novidade seria se não tivesse sentido minha falta... – retorno de meu momento nostálgico e fico feliz ao perceber que meu instinto está de volta e pronto para provoca-la.

-Você não perde essa mania de ser convencido... – Ehlena rola os olhos, em seguida joga sua bolsa sobre a mesa de centro da sala.

-Faz parte do meu show. – dou de ombros, e encurto nossa distância a nada. Ehlena ofega contra meu peito e sorri quando aperto sua cintura. – Também senti sua falta. – sussurro em seu ouvido, e sei que ela se arrepia quando estremece entre meus braços.

Um sorriso satisfeito corta meus lábios, e sei que preciso tê-la naquele instante. Fazê-la estremecer com maior intensidade, arrepiar todas as células do corpo, apertar suas unhas longas contra minhas costas e deixar lá rastros vermelhos e ardentes. Os hormônios começam a me dominar enquanto tais ideias perpassam meu imaginário, e sou obrigado a encarar seus olhos azuis. Para depois beijá-la com força. Porque sei que pode ser a última vez. Porque a conversa que ensaiei em minha cabeça a tarde toda volta à tona e eu me lembro de que ela não pode ser ignorada. Nem postergada. Não mais.

Ehlena me salvou.

Meus lábios reivindicam os de Ehlena para si, clamando por sua atenção. Ehlena não nega. Ehlena se entrega a mim, bem como me entrego a ela. Seu gosto se espalha por minha boca, e a familiaridade torce meu coração com crueldade, como se fosse uma mão invisível. Dói. Sua boca macia desliza pela minha e a sensação doce recupera minha consciência. Sua língua é quente contra a minha. Sabe a exata combinação de movimentos para se adequar à minha e transformar o beijo no melhor a cada beijo trocado. Minha respiração descompassa e Ehlena ofega, ficando suas unhas em meus braços. Um sorriso toma meus lábios mais uma vez, quando finalizo o beijo em busca de ar.

Ehlena sorri para mim. Seus olhos azuis brilham em minha direção, e uma estranha sensação faz minha barriga ser envolta por um frio que não parece bom. Não pode ser bom. Eu me arrepio, e Ehlena acaricia meus cabelos. Fecho os olhos e aproveito o carinho, ao mesmo tempo em que crio coragem para dizer o que tenho que dizer.

-Precisamos conversar. – minha voz sai rouca. E instável.

-Não quero conversar agora. – Ehlena nega, e sua mão deixa meus cabelos e segue até puxar a barra de minha camisa para cima.

-Por favor. – impeço sua mão de continuar. – É importante.

Ehlena se afasta e bufa.

-Você não me quer? Vai me deixar? – são olhos são inquisitivos e não me deixam escapar.

-Não... Por que...? Eu não faria isso.

-Não há outra explicação para você negar sexo como está fazendo agora.

-Acredite, depois do que eu contar, você provavelmente vai querer me deixar.

-Eu não vou te deixar. – Ehlena se aproxima novamente, e suas delicadas mãos tomam meu rosto. Sua palma é quente e me acalma – Nunca. – enfatiza.

-Há coisas sobre mim... Sobre o meu passado...

-Shiu. – Ehlena posta o dedo indicador sobre meus lábios, me fazendo calar. – Eu não quero saber, não me interessa, não agora. Pode esperar. Eu quero você dentro de mim. Agora.

Os olhos de Ehlena contém uma ordem silenciosa. E reluzem de malícia. Sua voz levemente rouca reverbera como um comando impensado sobre todos os meus sentidos. O sorriso torto em seus lábios é a última coisa de que preciso para ser convencido que, de fato, pode esperar. Ela não precisa saber agora que matei tantas mulheres... Eu tenho direito de possuí-la uma última vez, antes que tudo acabe. E é o que faço. Porque essa é a minha natureza, e eu não posso negá-la.

Dark Knight 2 - RevengeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora