Eu Sei

100 9 0
                                    




Brasília, 09 de Novembro às duas da tarde. Dois meses após a proposta.

Como o ar quente da cidade sufocava Ana, ela, tinha suas irritações matinais e seus desempenhos durante o dia, porém o que a mais irritava era o sol intenso de todas as tardes quando saía da escola a pé. É claro! Os regimentos escolares pouco ajudava a garota – já que tinha mudado de escola por causa dos conflitos do passado – nesta, ela deveria só usar calças e tênis, levar a apostila de tarefas e os cadernos diversos como um dever obrigatório caso ao contrario, era possível ver as advertências sendo assinadas.

Ana tinha levemente mudado sua rotina, sua mãe não a levava mais para escola e nem buscava, tinha dois cursos para fazer durante a tarde; ensaios da banda e aulas particulares para o vestibular. Nas horas vagas arrumava tempo para sair com as amigas, ler e abusar das redes sociais como sempre fazia fora ouvir música e se atualizar sobre a Magcon, pouco, pois ainda estava de castigo por conta do surto.

Sua mente até que tinha evoluído bastante também, Ana se transformou em profundo oceano e pouca vez aparentava rasa para que assim as pessoas não se afogassem nele. Ela tinha amadurecido a ideia que deveria correr atrás dos seus sonhos através da sua própria realidade, compactar seus objetivos, tornar-se mais digna. Ela, em prol de si mesma, começou aos poucos a perceber que amadurecer não precisava deixar seu espirito fanático de lado, só o deixar descansar para te fazer bem.

− O sorvete de sempre, Ana? – perguntou o Sr. Raul chamando a atenção da garota.

− Vou esperar a Lia e o Daniel, Seu Raul – respondeu dócil enquanto pegava na bolsa a apostila de tarefas complementares para fazer.

E lá estava Lia, rindo do tênis da Marvel de Ana e ao seu lado, Daniel, sorrindo apaixonado pelo sorriso que Ana dava. Por que ela não poderia se apaixonar por ele?

− E então, Anão de Jardim de Rico, você já viu o resultado da prova seletiva da transferência dos alunos para os EUA? – perguntou o rapaz se sentando ao seu lado.

Lia revirou os olhos e chamou Seu Raul. – É claro que ela sabe que passou, seu idiota! Olha a suavidade da garota que é de humanas e faz reverências às arvores. – ironizou. Oliveira gargalhou.

− Eu não sou nem de humanas e nem de exatas, eu sou de boa – disse e encarou o velho que esperava os pedidos – Eu quero sabor ninho trufado e chocolate, por favor. E o Daniel vai pedir o meu de sempre.

− Desde quando eu deixo você pedir por mim? – perguntou Daniel. Ela sorriu.

− Desde quando eu descobri que irei passar uma temporada inteira dos EUA com a Leticia, Julia e você, Cabeça de Jiló. – respondeu – Pena que Lia passou para ir para a Austrália.

− Fazer o que se eu não tenho um tio que mora em país de boas e isso facilita dez por cento do intercâmbio – brincou Lia – Eu sou apaixonada pela Austrália.

[...]

Uma semana depois. Aeroporto, as duas da manhã.

Henrico e os pais de Ana a abraçavam do aeroporto. A mãe dela sorriu e disse:

− Nada de ir a festas sem a autorização do seu tio e muito menos ingerir bebidas alcoólicas. Se você voltar com alguma tatuagem ou com sentimento hippie nas veias, não que eu seja contra nem nada, mas eu te faço esfregar o chão todo de casa e você apanha tanto, que vai começar enxergar tudo verde.

− Não arrume um namorado – disse o pai.

− Arruma sim e de preferência bonito e inteligente. Detesto genros burros. – advertiu a mulher.

California DreamingWhere stories live. Discover now