A primeira vítima

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   Conseguimos finalmente atualizar o jornal, o tema foi sobre as provas que infelizmente já estavam próximas.
   Assim que cheguei em casa minha mãe estava mais feliz, eu tinha certeza que era por eu ter jogado o computador fora, só que não era.

-Oi, filha! Já chegou, foi? -sorriu.

-Sim.

-Como foi a atualização do jornal e essas coisas? -ela disse gesticulando.

-Foi bem legal, a parte ruim pra mim foi por ter anunciado que as provas estão próximas.

-Mas por quê anunciar as provas no jornal da escola? -ela disse curiosa. -tanto assunto bom pra se falar.

-Ordens da diretora, nem pude discutir pois já estava há um bom tempo sem atualizar o jornal.

-Entendi, e então, não vai me perguntar como foi meu dia?

-Como foi seu dia? -sorri num tom de deboche.

-Foi super chato lá no trabalho, me senti como uma adolescente na aula de história. -ela gargalhou. -a parte boa foi que um colega de lá, me chamou pra sair!

-Sério? -fiquei boquiaberta. -Quando?

-Amanhã, mas só vamos pela parte da manhã, porque não posso deixar você sozinha pela parte da noite.

-Claro que pode, mãe! Eu já estou crescida, você não precisa se preocupar.

-Eu não duvido da sua responsabilidade, mas duvido da responsabilidade desses delinquentes!

  Eu até concordo com o fato da minha mãe se preocupar comigo, mas acho também que ela devia afrouxar as rédeas! Eu sei me cuidar, apesar de nunca ter ficado em casa sozinha (eu faço uma ideia de como seja).

-Sei, ok. -resmunguei.

-Vai trocar de roupa, o jantar vai ficar pronto em 20 minutos.

   Quando entrei no meu quarto, senti um enorme vazio ao ver a minha escrivaninha sem nada. Parecia tão vazia, pra falar a verdade o que estava vazio era meu coração. Estava no meu primeiro dia sem falar com a Aline, e aquilo já parecia o fim do mundo.
    Quando cheguei na sala de estar estava minha mãe na porta de casa, falando com um homem fardado (um policial, óbvio).

-Seu policial, eu insisto ela não conhece nenhum João! -disse minha mãe se virando. -Ali ela! Pergunte para ela!

-Menina, você pode vir até aqui?

  E então eu fui até a porta.

-Você conhece o João? -ele disse mostrando a foto dele.

-Não.

-E Aline? -desta vez recolheu a foto.

  Fiquei alguns minutos em choque, até tomar coragem para responder.

-Conheço.

-Conhece? -disse minha mãe. -Quem é Aline então?

-Uma menina que eu conversava pela internet. -disse à supetão.

-Pois essa menina que você conversava, é este homem. -ele disse me mostrando a foto de novo. -e ele matou uma menina ontem às 23:00.

-Você conversava com esse rapaz pela internet, Ellen? -disse minha mãe se desesperando.

-Conversava, mas eu não sabia que era um homem.

-Você não é tão ingênua assim, quantas vezes você já viu passando notícias assim na tv? -ela disse se descabelando. -você quer matar a gente? Você quer se matar?

-Olha, desculpa atrapalhar o diálogo, mas a sua filha vai ter que colaborar com as investigações.

-E isso começa quando? -eu disse em choque.

-Amanhã, agora esta tarde presumo que vocês ainda têm o que conversar.

-Temos muito o que conversar sim, seu guarda! -ela disse vindo dos fundos da nossa casa.

-Ok, senhor policial. Amanhã então.

-Ok.

  Fechei a porta, encarando a minha mãe esperando iniciar um novo show que eu pensei que já estivesse acabado.

-Senta aí, Ellen. -ela disse suspirando e sentando ao meu lado.

-Desculpa.

-Você não pode sair por aí conversando com pessoas que você não conhece, por mais legais que elas sejam você não sabe quem elas são! Você não tem a ficha criminal dessas pessoas, a identidade delas, o RG delas.

Permaneci em silêncio.

-O que você sabia sobre essa Aline?

-Não interessa mais, mãe, era tudo mentira!

-Sobre o que vocês conversavam?

-Coisas normais de adolescente, mãe! -franzi o cenho.

-Ela já te perguntou onde você mora?

Tentei puxar da memória, e não.

-Não, ela nunca me perguntou onde eu morava. Mas já chegou à pedir para eu morar com ela.

-Quando?

-Ontem quando brigamos eu falei pra ela que não poderia mais falar com ela, por conta do que tinha acontecido. -suspirei. -então ela me fez esse convite.

-E você? -minha mãe disse interessada.

-Disse que não.

   Minha mãe mais uma vez ficou em silêncio, mas desta vez foi um silêncio diferente, ela estava transtornada com o que havia acontecido.
   Logo agora que eu tinha certeza que estava tudo certo.

Psicopata em ação (completo) Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang