A primeira vítima (parte 2)

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Após uma noite mal dormida, eu sabia o que teria que enfrentar hoje. Além da minha mãe havia a tal investigação, que à propósito eu era obrigada à ir.
Chegando na escola, corri para desabafar com a Mariana sobre o assunto.

-Mariana...-disse ofegante. -não vai acreditar no que aconteceu.

-Calma, Ellen. Respira!

-Um policial bateu na porta de casa ontem, ele veio pedir para eu comparecer a uma investigação que será feita hoje sobre a Aline, que na verdade é João. -eu disse tudo super-rápido

Falei tudo super rápido mas foi o suficiente para Mariana entender e começar à criticar tudo o que fiz.

-Eu sabia, eu disse que isso não ia dar certo! Desde o começo, eu avisei. -ela deu uma pequena pausa para respirar. -E você vai lá hoje?

-Vou junto da minha mãe, ela está desesperada. -fiquei cabisbaixa.

-Com toda razão, se tivesse falado com ela como eu avisei, talvez ela não estivesse tão desesperada como ela está agora.

-Eu sinceramente não vim até aqui pra você brigar comigo, já basta o show que ela deu ontem! Eu não preciso ouvir isso, Mariana.

-Ok. Desculpa. -ela disse se retirando.

    A Mariana é uma ótima amiga, mas de vez em quando se acha a dona da verdade.
Passei todas as minhas aulas refletindo sobre a Aline ou João, como ele conseguiu manter uma mentira por tanto tempo? Decerto que eu era um alvo fácil, não fazia muitas perguntas, seria perfeito para ele.

15:30 hora da saída.

Finalmente cheguei em casa, não aguentava mais pensar tanto naquela história. Até que o policial que esteve aqui ontem, bateu aqui em casa.

-Dona Leonor!

-Quem é? -disse olhando pelo olho mágico.

-Sargento Robison.

-Ah, claro. -abri a porta. -Mãe! O policial.

-Oi, seu guarda. -ela disse descendo a escada.

-Eu posso entrar?

-Pode sim. -eu disse saindo da frente da porta.

O policial entrou, olhou a nossa casa. Encarou eu e minha mãe por alguns minutos, como se não soubesse por onde começar.

-Como você conheceu o João? -ele disse direto.

-Por uma rede social, ele me seguiu e depois me chamou no chat.

-Sei e ele perguntou sobre onde você morava, ou algo do tipo?

-Não. Mas há dois dias antes de jogar o meu computador fora, eu comuniquei que não poderia mais falar com ela ou ele. Então ela disse que eu podia morar junto com ela, eu achei um absurdo é claro que discordei do que ela disse, ela ficou nervosa e começou a ser grosseira logo depois ficou offline. -eu disse gesticulando. -Desde então eu nunca mais falei com...ele.

-Sei, como disse ontem ele matou uma menina. Eles marcaram um encontro aqui por perto, mas o que foi mais estranho é que ela não foi estrangulada ou sufocada, ela morreu com uma bala na cabeça.

-Então ele já estava aguardando ela na intenção de matar. -fiquei chocada.

-Sim. -ele respondeu desapontado. -A ficha dele é extensa, tratam-se de 28 crimes cibernéticos. Até que ele percebeu que estava ficando famoso e não podia mais se apresentar como João...

-E então ele criou a Aline. -interrompi.

-Tem chance dele achar a minha filha? -minha mãe perguntou.

Psicopata em ação (completo) Onde histórias criam vida. Descubra agora