Salto (Irmandade Rosa 1)

Capítulo 7

Penélope, você está machucada! – Léxi exclamou.

- Tudo bem, Léx.

- O que disse à sua mãe?

- Disse que foi uma queda bem feia. Acho que ela acreditou.

As aulas de terça eram as piores e conversávamos no horário mais arriscado. Olhávamos de relance várias vezes, com medo de sermos flagradas pela professora de geografia.

- Aquilo foi muito perigoso, você sofreu tanto! – Léx sussurrou.

- Eu estou bem. Juro. – A professora nos fitou e nos viramos para a frente, fingindo prestar atenção à aula.

Eu não estava bem. As imagens da noite passada arrepiavam meus pelos e me faziam tremer. Nada aconteceu àquela mulher, mas pensar no que aconteceria era assustador demais. Sentia-me um pouco insegura e com medo. Além disso, as lesões doíam bastante. Suprimi os gemidos quando me mexia, pois sabia que caso os fizesse, Léx nunca mais deixaria Salto entrar em ação.

- A prova será na próxima semana e quero que estudem bastante esse conteúdo. Estão liberados para o intervalo.

Levantamos-nos e seguimos para o refeitório. Sentamos com as rosa e elas perguntaram sobre o que havíamos conversado na segunda. Léx disse que era sobre a matéria de história e que seria muito chato que as outras ouvissem. Elas semicerraram os olhos, mas mudaram os assuntos.

Enquanto Léxi contava sobre o garoto de que gostava, observei Perry entrando no refeitório e me levantei. Pedi licença às meninas e fui ao seu encontro.

- Olá, Perry. – Sorri.

- Olá. – Mostrou um sorriso triste.

- Podemos conversar?

- Claro!

Sentamos-nos em uma mesa pequena.

- Poderíamos decidir o local do passeio juntos, o que acha?

- Penélope, não sei quando poderei ir. Mas se encontrar algum tempo, nós podemos combinar algo.

- Mas nós estávamos tão certos disso. – Baixei os olhos, decepcionada. – Desculpe-me pela demora.

- Não se culpe. Se der certo, nós combinamos algum passeio. – Tentou sorrir.

- Está bem... – Esperei alguns segundos, mas ele não disse nada.

Voltei para a mesa das rosas. Não consegui entender nada do que falavam, pois só pensava em Perry. Por que ele havia se distanciado? Faltava tão pouco para que saíssemos e estraguei essa chance.

Não entendi a matéria da aula de matemática, mas anotei o conteúdo e um lembrete para estudar em casa. As outras aulas foram mais tranquilas e consegui acompanhar. Ana pediu para que fosse a minha casa no final da aula e eu aceitei. Enrubesci quando vi Perry se aproximando.

- Poderia me dar um segundo com a Penélope? – Ana se afastou. – Penélope, eu queria pedir desculpas pelo meu comportamento anterior.

- Está bem. – Sorri e me animei.

- Podemos ir ao restaurante que fica próximo a minha casa. As refeições são maravilhosas.

- Aceito! Quando?

- Amanhã à noite.

- Combinado!

- Mas só como amigos, tudo bem? – Não entendi porque ele disse isso, mas assenti.