O fim trágico de algo mal começado.

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Yedof só à reconheceu pelo cordão vinho amarrado no meio do pescoço de Sainima, grudado à pele, sobrepondo a tatuagem de losango e flor, em seu pomo-de-Adão.

Sainima era famosa, mas poucos se importavam com isso. Ela era a heróina, a que salvou um povoado de anjonis de areia de um furacão, ou a que impediu que o casarão do governante fosse arrasado pelo fogo, ou que as fadas Escarídiavianas entrassem em extinção pelo fato de seu habitat estar sendo deteriorado e sumindo do planeta por causa do Feiticeiro Elóinamay.

E agora, ela estava prestes à fazer o seu maior feito: Salvar o universo inteiro.

Mas isso só aconteceria se ela sobrevivesse até lá.

Um minuto após à fuga da caverna, Yedof resolveu perguntar à aquela heroína o que tinha acontecido. O fato era que o vapor dragão - o coitado - era tão alheio à tudo que não sabia o que acontecia no próprio planeta. Não sabia de Elóinamay, nem que aguela esfera com desenhos olográficos que estava fincada no meio de um boomerang que estava encaixado em uma espécie de plataforma de couro no ombro esquerdo de Sainima era uma arma fatal, que transformaria todo um universo em um monte de nada.

A pergunta foi feita à heroína. Ela levantou a cabeça e olhou estranho para o dragão que à carregava e então lembrou do que seu pai disse sobre dragões de vapor:

"Eles são muito avoados à tudo, só ficam vagando por Jataqua."

Ela explicou tudo para ele e em pouos minutos chegaram à uma cidadela.

Mas como e por quê Yedof tinha ido parar lá?

Não sei. Nem ele sabe.

A cidadela era aonde se escondia Elóinamay. Não na cidadela em si, mas embaixo dela.

Sainima se despediu de Yedof, que saiu feliz da vida, flutuando pelo deserto de areia roxa ao redor.

Afinal, ele tinha vivido uma emoção.

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Então, Sainima correu por entre as casas, esbarrou em alguns anões e pisou em algumas plantações de cogumelos azuis. No fim do horizonte, aonde ela estava agora, havia uma ponte desgastada, e ela à atravessou. Andou mais algum tempo, e então encontrou a casinha de madeira.

Andou até lá, armada com seu punhal. A sua capa voava atrás de si, e os três soís de Jataqua nasciam no horizonte, fazendo a sua luz reluzir pelos olhos negros de Sainima.

A noite tinha começado, e por isso agora tudo estava claro.

(N/A: A noite e o dia em Jataqua são invertidos.)

Então, sem nenhuma cerimônia entrou em na casinha.

Ela tinha estudado todo o território de Elóinamay. Sabia as saídas, as entradas, o perigos e os pontos fracos dos ogros que faziam a guarda. Seria facil acabar com aquilo logo. Ela teria que achar o livro de encantos e reencantar a Gota para servir de prisão eterna para Elóinamay, o revoltado contra o universo e o infinito.

Deu passos firmes no chão de madeira podre. Chovia dentro da casa (Como chovia em todos os locais fechados do planeta) e as gotas de chuva começaram à cair na pele cor de cobre de Sainima. Ela olhou para a porta preta no fundo da sala e correu até lá, abrindo-a.

A porta rangeu e uma enorme fresta de luz verde entrou na casa. Sainima entrou e fechou a porta atrás de si.

Lá dentro pedras azuladas formavam as paredes, pedaços de tecidos cobriam metade delas e a luz do local era esverdeada. Ogros e haminos montavam guarda em todas as entradas dos corredores e ela tinha que ser rápida. Não sabia por quê não havia guardas na porta em si.

Gota De EstrelaWhere stories live. Discover now