Capítulo 13

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Mais um vez sonhei com a minha adolescência.

Eu estava lá em cima mais uma vez.

Era como uma rotina pra mim subir até lá.

Estava do outro lado da North Mountain Park.

Onde nunca tinha ninguém.

Apenas eu.

Era o meu lugar.

Adorava sentir o vento nas minhas costas.

Nos meus cabelos.

Ver as plantas secas voando.

Ouvir o uivo do vento.

O sol se pondo e trazendo um céu com várias cores.

Eu fechava os olhos e via tudo melhor.

Uma vida melhor.

Um dia.

Um dia vai acontecer.

E eu realmente achava que esse dia chegaria.

Abracei minhas pernas e me encolhi.

O sol estava se pondo.

Meu momento preferido do dia.

Fiquei olhando para o horizonte até ele se pôr.

E fiz o mesmo pedido de sempre.

Que tudo voltasse a ser como era antes.

Minha mãe sempre falava para fazer um pedido no pôr do sol.

E que se o pedido viesse do coração ele se realizaria.

Quase não acreditava mais nisso.

Fiz o mesmo pedido tantas vezes que já tinha perdido a conta.

E ele nunca se realizou.

Nem chegou perto.

E ele vinha do fundo do meu coração.

Essa era a coisa que eu mais queria.

O sol se pôs e começou a ficar escuro.

E frio, o vento estava me deixando arrepiada.

Mas não iria embora agora.

Não queria voltar para a minha realidade.

Não agora.

Fecho meu olhos de novo e volto a imaginar uma vida melhor.

Esqueci do frio.

Esqueci que era noite.

A única coisa em que eu estava concentrada era na vida que eu não tinha mais.

E que esperava ansiosamente recupera-la.

Pouco tempo depois senti braços ao meu redor.

Abri meus olhos e ele estava lá.

De novo.

- O que você está fazendo aqui? - perguntei tentando parecer irritada.

- O mesmo que faço todos os dias, buscar você. Antes que acabe dormindo aqui e nunca mais volte pra casa. - disse com seu sorriso encantador. Ele se levantou e parou na minha frente estendendo sua mão pra mim. - Agora vem. Vamos voltar pra casa.

Peguei sua mão bufando e o segui pela trilha.

Antes a trilha era bem complicada.

Mas agora eu podia faze-la de olhos fechados.

A trilha era de areia, algumas plantas secas e pedras.

Descemos no escuro, mas isso não era mais um problema.

Nem pra mim, nem pra ele.

Descemos em completo silêncio.

Ainda podia fingir que estava fora da realidade.

Mas se falasse com ele tudo voltaria de uma vez só.

Chegamos ao final da montanha e tínhamos que atravessar a rua.

Minha casa era perto dali.

Uns 5 minutos andando.

Assim que atravessamos ele fez a realidade voltar.

- Já está pronta pra voltar lá?

- Ainda não. - disse abaixando o olhar para minhas mãos.

- Vai precisar voltar em algum momento, você sabe.

- Eu sei, mas não agora. - disse ficando realmente irritada.

Ele sabia que eu não estava pronta, ainda não.

Tudo ainda era muito recente.

Não tinha coragem de pisar lá de novo.

Ele estava certo, eu precisava voltar.

Mas ainda precisaria de mais tempo.

- Desculpe, sei que foi terrível pra você. - disse e passou um dos braços pelo meu ombro me puxando para perto. Como sempre fazia para me reconfortar.

Não disse mais nada, apenas continuei em seu abraço.

Pouco antes de chegar em casa ele sussurrou no meu ouvido.

- Ela sente sua falta.



Pessoal, desculpem o capítulo pequeno, acabei de voltar de viagem e fiquei enrolada, prometo que o próximo capítulo será maior, me desculpem mesmo.

Por favor não esqueçam de curtir e comentar se estão gostando.

Doentia PaixãoWhere stories live. Discover now