As malas no pé da cama me fizeram refletir. Tudo voltaria ao normal, ou minha mãe realmente cumpriria com a palavra dela? Eu torcia para que ela retornasse o juízo em algum momento, percebendo que estava fazendo um mal enorme pra pessoas que não tinham feito absolutamente nada pra ela.
Porém, seguindo essa linha de raciocínio, se ela não se importava de me ameaçar e me trancar em uma espécie de prisão estudantil, sendo eu filha dela, o que sobraria para os desconhecidos?
— Eu não acredito que vocês duas vão ir embora! — Pérola choramingou.
— Eu acredito. Inclusive assisti de camarote a surra na Vitória. — Lorena riu.
— Nunca me senti tão bem na vida. Fui contra todas as minha regras de convivência e agredi uma menina. — Vivian riu.
— Ah, e com a motivação certa: um menino meia tigela. Sem ofensa, Lorena. — falei.
— Mas, seguimos. A gente ainda vai se ver por aí! Isso não é uma despedida - Vívian disse abraçando ela.
- Vou sentir muita saudade, mas a gente vai se encontrar muitas vezes ainda! - falei abraçando Pérola.
- Abraço coletivo! - Lorena gritou.
Alguns minutos depois era hora de enfrentar a dona Rose.
Entrei na diretoria e a cara dela e da tia da Vívian não era nada boa.
Sabe aquele olhar de " quando você chegar casa se prepara" era bem isso o olhar delas.
- Conseguiu o que queria não é mesmo Vívian? - A tia dela disse.
- Eu avisei! - Vívian a encarou.
- Boa sorte! - sussurrei a abraçando.
- Vou sentir saudades, me liga! - ela disse.
- Claro gata!
Fui até onde estava o carro.
- Qual é o castigo? - falei olhando para a minha mãe.
- Você já vai saber! - ela sorriu cinicamente.
Isso não é nada bom! Eu só vi malas cor de rosa sendo colocadas dentro do carro.
- Mãe me diz que a Vitória não vai junto com a gente! - falei saindo do carro.
- Ela não só vai, como vai ficar hospedada na sua casa! - ela disse calmamente.
- O que? - gritei.
- Os pais dela estão em Londres, ela não tem onde ficar. Vai ficar hospedada na sua casa e sem mais perguntas!
- Por que você não adota essa garota logo! - falei com raiva.
- Está se comportando como uma criança mimada! Pare já com isso - ela gritou me fechando dentro do carro.
Isso é ridículo porque ela não pode dar a casa dela pra essa garota, parece que minha mãe não se importa com o que eu penso!
Depois de meia hora esperando, a loira finalmente aparece com um lenço na cabeça e com o resto de suas 50 malas.
- Querida vou te levar para conhecer minha confeitaria! Você vai amar - minha mãe disse entusiasmada.
- Senhora Rose, se não for muito incomodo eu gostaria de passar no cabeleireiro... - ela disse fingindo ser educada.
- Claro querida! - minha mãe disse.
- Claro querida! - resmunguei imitando a voz dela.
Agora eu já estava perto de chegar em casa mas essa bagagem à mais, estava atrapalhando minha felicidade.
Paramos no cabeleireiro como ela queria e ela colocou seu querido Mega Hair o que disfarçou o estrago que nós tínhamos feito!
Eu pintei algumas mexas do meu cabelo de azul e saí rápido do salão. A loira iria passear o dia todo com a minha mãe então estava tudo sob controle.
Cheguei no meu prédio e respirei aliviada, estava feliz por ver aquela portaria novamente.
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O irmão da minha melhor amiga
العاطفيةEla é maluca, marrenta, baixinha, não tem medo de enfrentar a vida, não se rebaixa pra ninguém, nunca chorou vendo " A culpa é das estrelas" mas chorou vendo "Marley e eu". Muitos já tentaram conquistar o coração dessa marrenta, mas sem sucesso desi...
