Capítulo. 7

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Cattalina prendeu o cabelo terminando de enrolar as Enchiladas, frango e queijo em um prato e berinjela e manjericão em outro, ja estavam prontas e a garota se abaixou, colocando as deliciosas massas enroladinhas no forno pra que elas pegassem uma corzinha, tratou de limpar a bagunça que a comida tinha causado e se encostou levemente na bancada, os pensamentos começaram a lhe atrevessar a mente, tudo tinha mudado tão rapidamente que a garota custava a acompanhar, qual fôra a última vez em que cozinhará Enchiladas? Em que teve uma vida tão calma e segura? A resposta veio acompanhada de uma imagem que lhe fez o coração apertar, uma senhora pequena de pele queimada do sol e mãos cuidadosas com um sorriso reconfortante, invadiu a mente de Catt que sorriu tristemente para si mesma, Madalenna Cristina Diaz, sua querida avó, a última pessoa com quem dividirá um prato de Enchiladas quentinhas.
Uma das únicas pessoas que algum dia realmente se importará com a garota, sentia Saudades da Mexicana de sangue quente que chamará de avó e não conteve o sentimento de carinho que apossou todo seu interior.
O que vovó diria se me visse agora? Ela certamente entortaria a boca. Riu sozinha com a antiga mania de Dona Lenna, sempre que algo a preocupava aquela boca miúda se contorcia para o lado direito rapidamente. Nota baixa na escola? Boca torcida. Shirley esquecerá mais uma vez de abastecer a geladeira? Boca torcida. O pai de Catt ligava da cadeia? Boca torcida.
Pensou no pai, se lembrava vagamente do rosto do pai e apesar de saber que ele não era uma pessoa tão digna assim, se sentia bem na presença dele, ele se importava com ela, costumava dizer que um dia ela seria a herdeira de todo o império que ele comandava e que seria função dela proteger os seus, na época Catt era pequena demais pra entender o significado de tais palavras, mas hoje sabia que nos planos do pai ela quem tomaria o lugar como chefe do Tráfico quando ele morresse, não era a vida que ela planejara para si, não iria se afundar na sujeira, mas mentiria para si mesma se dissesse que não sentia falta de Gonzales Diaz.
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- Você tem de me prometer que vai ficar longe daquela cozinha!
- Por que esta dando tanto ênfase em me manter afastado do fogão?
- Por que eu me nego a comer algo que você cozinhe.
Ed bufou alto com a convicção do amigo, Ben deixará bem claro desde que saíram da delegacia que se o Gigante fosse cozinhar ele nem mesmo entraria na casa do Detetive Jackson.
Dirigindo calmamente enquanto ouvia os resmungos do seu parceiro no banco de carona ele pensava nas palavras que Cattalina tinha dito após a consulta com Tess, a garota estava mexida com algo, e Ed se perguntava se ele era a pessoa que a fazia se afundar em sua mente, o detetive não era bobo, e sendo honesto consigo mesmo ele sabia que havia algo entre eles, um sentimento que ele ainda não conseguia identificar e isso era o que mais o deixava alerta, não podia ver a filha de Shirley com outros olhos, seria errado com Shirley e com Cattalina, mas diabos, se sentia mexido toda vez que via a garota sorrir, antes pensará que o sentimento inquieto no coração era alegria ao ver a garota prosperar, mas o sentimento de ansiedade e felicidade que o invadiu ao pensar que era sua pessoa que mexia com a mente de Catt o fazia pensar diferente, tinha algo a mais.
- Tudo bem amor - virou o rosto para Ben e só agora percebeu o amigo falando ao telefone - não, não acho necessário levar algo, o Ed com toda a certeza nos fará beber algo verde e sem gosto!
Revirou os olhos com a implicância do colega sobre sua alimentação e sorriu sem pensar.
- Okay querida, então nos vemos lá - se despediu da mulher se voltando para o ruivo - Tess irá direto pra sua casa, o que iremos comer mesmo?
- Enchiladas.
- E Catt que cuidará de tudo certo?
- Aham.
- Obrigado, Deus - olhou para o teto como quem agradece, rindo logo em seguida da careta do gigante ao lado - então, como estão as coisas com a garota?
- Indo, Tess acha que estamos caminhando mais agora que as coisas se acalmaram um pouco.
- Isso é ótimo, ela já passou por muita coisa, não é?
Ed assentiu com a cabeça
- Mais do que podemos imaginar, talvez.
O carro ficou em alguns minutos silencioso antes do detetive Paris voltar a falar.
- Você sabe quem é o pai da garota, não sabe Jackson?
- Sim Ben, sei.
- E o que acha?
- Complicado. Meu único consolo é que Gozales não pode se aproximar de Cattalina de onde está e pelo que me foi passado, ele nunca tentou contato direto com a garota desde que foi preso.
Ben mordeu os lábios receoso.
- Isso é estranho Jackson, caras com Gonzales não costumam abandonar a família facilmente, sabe que a família e lealdade é muito importante nesse meio, ainda mais nesse tipo de máfia.
- Tambem acho, mas não é algo que quero me preocupar por enquanto, preciso fazer com que Catt se sinta segura comigo e aliviar um pouco do peso que a acompanha.
- Entendo, mas parceiro, você tem de pensar na possibilidade que o homem venha atrás de Cattalina, duvido realmente que ele desconheça o óbito de Shirley, sabe como as coisas funcionam no sitema penitenciário, as notícias correm lá dentro.
Ed suspirou concordando do amigo, a possibilidade de Gonzales saber sobre a morte da ex companheira era enorme, ma dentro de Ed uma suspeita se mantinha viva, achava que Gozales Diaz não só sabia sobre a morte de Shirley, como também era o mandante do crime. Um arrepio subiu por sua espinha, se sua suspeita se confirmasse Cattalina corria mais perigo do que imaginara.

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- Tudo realmente estava incrível, Cattalina - elogiou sutilmente Tess sorrindo ao fim da frase, o casal Paris se despedia após o jantar tranquilo e amigável na casa de Jackson, a garota apesar de ter se mantido calada na maior parte do tempo interagira razoavelmente bem com os convidados, chegando a elogiar a sintonia do casal, Tess via um pequeno avanço nas atitudes de Cattalina, a postura ainda se mantinha quieta e um tanto reclusa, mas ela ja conseguia ao menos manter uma conversa sem agir com alguém verdadeiramente frio.
Ed acompanhou o casal até o portão enquanto Catt se ocupava arrumando as almofadas e pegando os copos de cima da mesa de centro da sala, incrivelmente se divertirá essa noite, Ben Paris era um sujeito engraçado, blindou-a a noite toda de histórias da vida policial onde ele e Ed eram os protagonistas, uma mais inacreditável que a outra e a garota se sentiu a vontade para sorrir, mal sabendo que toda vez que Ed enxergava um minimo sorriso se sentia aquecer, realmente aquela tinha sido uma noite e tanto.
Caminhou até a cozinha com os copos em mãos, os depositou na pia subindo as mangas rapidamente e se preparando para iniciar a limpeza da louça do jantar.
- Hey Catt, não precisa fazer isso hoje.
Se virou vendo Ed entrar na cozinha e notou como o lugar de repente parecia pequeno en comparação ao tamanho do gigante.
- Não há problemas, não estou com sono - deu de ombros se voltando para a pia, ouviu o barulho de uma cadeira se arrastando e olhando levemente para o lado observou o detetive se sentando em sua direção
- Pois bem, ja que insiste lhe farei companhia - sorriu brevemente antes de continuar - obrigada pelo jantar, adorei as vegetarianas! O que usou?
- Manjericão e sal do himalaia no tempero, salsinha, alho e uma pitada de pimenta malagueta pra assentuar o sabor - deu de ombros percebendo o rapaz lhe observar atentamente.
- Não sabia que cozinhava tão bem, uma ótima surpresa - riu baixo quando as bochechas da garota assumiram um rosa fraco - gostei de te ver mais relaxada também, acho que nunca à vi rindo como hoje.
Deu de ombros em forçada indiferença
- Ben é um cara engraçado, não tinha como não rir - ensaboou mais um prato dando-lhe mais atenção que o necessário.
- Realmente, Paris não tem jeito! - fixou os olhos em sua expressão antes de dizer - deveria sorrir mais Catt, tem um sorriso lindo.
Meio pasma Catt parou o trabalho manual dirigindo o olhar para o detetive ainda sentado ao seu lado, ele a encarava com aqueles intensos olhos azuis e ela se sentiu corar e aquecer por dentro, mordeu o lábio e o viu acompanhar o movimento com os olhos antes de se por de pé, caminhou calmamente até a garota que a esse momento não sabia como reagir.
Se pôs de frente a ela, inclinando-se suavemente em sua direção lhe plantou um beijo leve em sua testa e com os lábios ainda em sua pele sussurrou baixinho.
- Boa noite, Cattalina.
Caminhou para a porta deixando atrás de si uma Cattalina confusa e incerta do ocorrido, mas estranhamente, ela se sentia quente e um tanto preocupada, era possível que garotas de vinte anos sofressem de problemas cardíacos? Ela tinha certeza que a qualquer momento seu coração lhe sairia do peito.

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Hola personas!

Eeentão, eu dei uma bela sumida, eu sei, eu sei...
Aconteceram umas coisinhas na minha vida pessoal e me impediram de escrever, sem falar no terrível Bloqueio que simplesmente disse NÃO pra qualquer tentativa de formar uma frase concreta pra estória, enfim, deu uma melhoradinha e acá estou eu!
O capítulo não ficou Tuuuudo o que eu esperava mas espero q vocês gostem.
Hey galera, que tal me darem um incentivinho pra continuar?
Adoro cada comentário que vocês me mandam, é como se eu realmente visse que alguém ta lendo e gostando disso aqui e me da ainda mais vontade de escrever pra vocês!
Enfim, vocês ja sabem, estrelinhas, comentários, elogios e críticas construtivas serão sempre bem vindos, entãooo...
Hasta La Vista, baby ! ;*

Ps: que vocês acham de um pequeno spoiler a cada fim de cap? Curtem a idéia?

Destinos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora