Capítulo 04

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"O impossível é quase sempre o que nunca se tentou."

Kamilla:
Assim que chego na boate vou direto ao meu camarim me arrumar, não gosto nem um pouco do que faço, mais é preciso para a minha vingança, todas as vezes que subo naquele palco eu me sinto como se fosse um pedaço de carne eu não suporto como eles me olham me sinto enjoada do começo ao fim de cada apresentação e tudo piora quando um deles tem que me tocar. Me sinto completamente suja mas mais sei que foi a vida que escolhi para mim.
Bob me anuncia e é hora de minha atuação começar.

Hoje vou dançar "Pole dance" e assim que a música começa eu subo no "poste" e começo a sensualizar para todos que estão me assistindo.
Eu tento me desligar ao maximo e não pensar que eu estou fazendo um stripitise para esse bando de "abutres", eu não gosto nem um pouco disso mais é preciso para que eu possa realizar minha vingança e o bom é que eu mato 2 coelhos com um cajadada só: me vingo do verme do meu pai e de todos esses homens que não sabem viver sem ser tão nojentos.

Depois que já fiz alguns passos e com a ajuda do poste sensualizei bastante, é a hora do contato visual. Eu sempre vejo os mesmos olhares: luxúria, desejo, diversão, tédio, mais quando me viro para poder me erguer no poste eu capito um olhar que chama totalmente minha atenção, é um olhar de curiosidade, mistério com uma sombra de sofrimento; eu fico totalmente hipnotizada com esse "novo" olhar que eu me pergunto quem é o dono dele e porquê?
Logo após de algumas sessões de piruetas eu volto a procurar pela platéia o dono do olhar que conseguiu me instigar e quando eu encontro quase perco o compasso pois, é como se só com a intensidade do seu olhar pudesse desvendar todos os meus segredos, como se ele pudesse quebrar todas as barreiras que eu ergui todos esses anos e conseguisse enxergar a minha alma.
Me sinto completamente exposta e totalmente confusa comigo mesma, enquanto o meu corpo clama por ele, o meu subconsciente pisca em alerta com a palavra PERIGO.

Acabo a apresentação e covardemente corro para o meu camarim, preciso reergue minhas barreiras e me preparar para o combate, porque com toda a certeza isso só foi a demonstração da fagulha da bomba que está prestes a explodir e se eu não estiver com a minha armadura exposta eu irei me queimar e a queimadura ficará marcada em minha vida para sempre.

E a pergunta que me vejo fazendo é:
Eu quero sair ilesa desse combate?

Sem CoraçãoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora