Save Me

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[N/A: Como vocês já devem ter reparado, eu não sei controlar os dedos, então como Move Along e Antagonismo estão acabando e eu ainda não tive tempo de começar a escrever o plot novo, vou postar essa aqui que já estava pronta :D

Nessa fanfic Harry tem atraso de crescimento, ok? Tem um motivo, mas vocês vão entender só lá para a metade da história, que meio que tem uma parte 1 e uma parte 2. Louis tem o mesmo porte físico, porque fuzileiros precisam mais de mira do que de músculos. 

Por ser um tema bem fora do comum, não estou botando muita fé sobre leitores, mas qualquer um que estiver por aí, sintam-se abraçados, ok?

Boa leitura :*]


Quinta-feira, 27 de setembro.

Harry

Estava frio.

Mas ultimamente o frio é como uma constante matemática, nos assolando quando menos temos roupas com as quais nos esquentar. Ou melhor dizendo, as roupas existiam, só não tínhamos chances de pegá-las sem sermos mortos, então, se elas estavam a dois metros ou a dois mil quilômetros, para mim, dava na mesma.

Pesando na somatória, posso dizer que, no mínimo, eu estava mentalmente acabado, psicologicamente instável e emocionalmente fodido. Isso sem contar o cansaço, que me corroía há dias pela falta de sono. Dormir era um luxo ao qual eu me dava pouquíssimas vezes.

Comecei esse inferno sozinho e agora, estava sozinho de novo.

Com o tempo e a pouca experiência que tenho, tudo que posso dizer é que permanecer um grupos grandes é uma merda. Graças à grande constante de todo mundo morrer antes mesmo de você conseguir criar laços; mas ficar sem ninguém é igualmente desagradável. A solidão é mais discreta, mais segura em alguns sentidos, entretanto, para pessoas como eu, dormir sem alguém vigiando estava fora de cogitação a não ser que houvesse algum espaço pequeno, apertado e sem chances de ataque, no qual eu conseguisse me enfiar. Resultado: 5 horas de sono em três dias.

Nada bom. Meu organismo estava começando a cobrar o preço.

Respirei fundo. Precisava sair dali antes que aquele bando lá embaixo chamasse mais atenção e eu realmente não tivesse chances de conseguir sair ileso de dentro daquele escritório fechado, que estava cheirando seriamente à mofo.

Abri minha mochila, disposto a deixar ali tudo que não fosse me ajudar daqui pra frente. Precisava de espaço e menos peso para carregar. Tinha duas garrafas de água, ambas com pouco menos da metade, além de três barrinhas de cereal e dois pacotes de salgadinhos moídos, depois de tanto se remexerem lá dentro. Larguei uma carcaça de uma latinha de refrigerante e de um macarrão instantâneo, além de uma calça que eu havia rasgado no dia anterior.

Ia ser o suficiente por no máximo mais dois dias e depois disso ia ter que arranjar mais comida, ou morreria de fome. Parecia promissor, se comparado com a minha outra opção. Céus, eu honestamente não estava pronto pra entregar os pontos daquela forma.

Além de comida e água, jogados nas entranhas da minha mochila ainda havia uma lanterna, com pilhas começando a me deixar na mão, uma faca - que tirei de lá para prendê-la na parte de trás do cós da minha calça - e um estojo com pouquíssimas coisas pessoais.

Dentre elas minha antiga aliança de namoro, um colar com pingente de crucifixo que Gemma tinha me dado e um papel com uma oração escrita por minha mãe. Costumava ficar dentro da fronha do meu travesseiro, até eu começar a ter crises de pânico quando saía de casa e passar a levá-lo comigo. Eu nunca entendi qual era a mágica de fazia um pedaço de papel cheio de palavras bonitas de uma religião da qual eu nunca fiz parte realmente causarem alguma espécie de bloqueio entre eu e minha próxima crise de pânico quando era mais novo... Mas o fato era que funcionava na época.

Run Away {l.s}Where stories live. Discover now