Continuação de Cap. 5

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• Narrado por Nicolas •

Deitei Megan na cama e abracei ela forte, enquanto seus olhos enchiam-se de tristeza. Seus pés gelados e pálidos tocavam e se aqueciam nos meus, enquanto ela não abria os olhos, eu apenas observava sua expressão de dor, fechando as sobrancelhas, e semi-cerrando os dentes.

_Por que ... -Murmurava ela.

Eu estava com medo, Megan não era mais a mesma. Estava sempre preocupada, sempre decepcionada, procurando maneiras de se distrair.

_Tudo bem, vou cuidar de você... -Sussurrava para ela, em um abraço apertado.

Cobri seu corpo com o Edredom. Aos poucos ela foi adormecendo, e parando com os calafrios.
Assim que notei seus olhos completamente adormecidos, me permiti chorar um pouco.
Era terrível não poder ser feliz.

Deixei que ela dormisse e desci as escadas. Hinna e o garoto William estavam ainda em choque, conversando entre eles sobre uma hipótese.
Ouvi eles optarem por uma possível reação de cuidado, que ela teve por ele ter dado carona a um estranho.

_Ela não está transtornada por isso. -Falei os ajudando.

_Pai me explica ? -Disse Hinna assustada.

_Ah muitos anos atrás, quando conheci sua mãe, na infância. Ela namorou com meu irmão John. -Comecei.

_Irmão John ? -Disse Hinna.

_Sim. -Baixei o rosto. _Nunca contamos, porque John futuramente se tornou um maníaco.

_Como assim ? -William indagou.

_A família de Megan veio para cá nos deixando de vez na Itália, após minha mãe pedir. Já que eu e John disputavam-mos o amor dela, fazendo com que John fosse longe de mais quando decidiu me empurrar da sacada da nossa casa. -Contei.

_Meu Deus, que atrocidade. -Hinna colocou a mão na boca, tapando sua surpresa.

_Anos depois John mudou seu nome para Adam, e veio a procura de Megan, fez faculdade com ela e tudo mais, usando essa identidade nova, e ela não se lembrava dele, pois como havia sofrido muito com a mudança, ela se jogou do telhado e bateu a cabeça, perdendo memórias da juventude. -Respirava.

_Pai isso é muito...

_Isso não é nada. Após tudo isso. John se aproximou e fez ela se apaixonar e ao mesmo tempo fez jogos com ela, onde neles, ele tirou a vida de muitas pessoas, e tentou tirar a vida de seu avô Steven.
Sequestrou ele no intuito de que Megan se entregasse e fosse embora, e foi o que ele conseguiu. Meses depois, conseguimos encontra-los e trouxemos ela de volta, mas ele fugiu por muito tempo, e agora, está tentando se aproximar. Até queimou a nossa casa. -Pulei pequenos detalhes.

_Como pode pai, existir alguém tão... -Hinna não encontrou palavras para terminar.

_Tão Psicopata ! -Disse Ana sentada na poltrona ao lado.

_Mas o importante é ficarmos juntos. Sua mãe não está nada bem, e ela precisa de você com ela. -Falei abraçando Hinna contra o peito.

_Tudo bem pai, eu entendo. Não se preocupe, vou ficar atenta.

_Bom, acho que ja está na minha hora. -Falou William se levantando.

_William não acho que seja bom você ir agora, ja está tarde. Acharemos um lugar pra você dormir essa noite e amanhã conversamos. -Falei tocando o ombro do rapaz, que ficou contente.

_Pai posso colocar um colchão no chão do quarto onde estou. -Falou Hinna um pouco receosa.

_Tudo bem, desde que não seja tão perto. -Disparava um olhar para ele e depois ri.

_Pode confiar em mim. -Disse William.

_Vou confiar nos dois.

Enquanto estava por me retirar, Ana pegou em minha mão e me olhou agradecida, era a melhor coisa que eu podia ter feito. Assim todos ficávamos juntos.

• Narrado por Hinna •

Subimos para o quarto, eu e William. Ele me ajudou com o sofá cama que havia no quarto, ao qual eu nunca notaria se minha avó não tivesse dito.

_Seu pai não é nada do que imaginei. -Disse ele me olhando.

_Como você imaginou ? -Sorri.

_Imaginei que ele fosse severo, e que jamais me deixaria nem passar pela porta. E não um pianista conservador e calmo, e um pai atencioso. -Falou ele com um tom triste.

_Meu pai é um homem incrível.

_Queria ter a sua sorte ! -Disse ele sorrindo fraco.

_Logo não vai precisar ter inveja. -Deixei escapar a ideia de dividir minha família com ele.

_Você é sempre tão impulsiva ? -Ele disse me deixando vermelha.

_Só perto de você. -Murmurava.

_Não adianta falar baixo, eu ainda posso te ouvir. -Ele riu me atacando a almofada.

_Hey, vai me agredir agora ? -Ri.

Após momentos eufóricos e engraçados, William deitou e calou-se e eu fiz o mesmo.
Ouvir o som de sua respiração era formidável. Não sabia o quanto podia ser impulsiva.
Me levantei devagar e fui até a sua cama, deitei-me ao seu lado e me cobri, coloquei minha cabeça em seu peito ouvindo as batidas de seu coração.
Pensei que ele estivesse dormido, mas tive a confirmação quando seu braço se envolveu em mim.

_Porque demorou tanto. -Disse ele.

_Estava te esperando dormir. Para não assustar-te. -Falei baixo.

_Estaria assustado se estivesse longe de você agora. -Assim que ele falou aquilo, ouvi seu coração acelerar.

_Talvez eu não seja impulsiva sozinha ..  -Sorri.

Adormece-mos ali juntos, o que era assustador e maravilhoso, uma mistura com adrenalina. Eu precisava lembrar de acordar primeiro que meus pais, para evitar qualquer tipo de cena que não pudesse ser explicada.

PSICOPATA NAS SOMBRASWhere stories live. Discover now