Um

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Eu sempre sei de tudo o que acontece ao meu redor, não sei se isso é exatamente um defeito ou uma virtude, mas sei que isso me fez saber de todos os passos dela

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Eu sempre sei de tudo o que acontece ao meu redor, não sei se isso é exatamente um defeito ou uma virtude, mas sei que isso me fez saber de todos os passos dela.

Soube quando ela reservou a passagem para sair do Brasil, soube quando ela embarcou, soube que ela foi ao médico assim que desembarcou, soube quando ela entrou em trabalho de parto e soube quando ela deixou o hotel para morar numa casinha pequena.

Mas estou simplesmente cansado de dar o espaço que ela precisa e por isso estou parado em frente à casa dela, esperando pacientemente a porta se abrir. Estava limpando um sujo imaginário da minha jaqueta, quando a porta foi aberta.

Alessandra continuava exatamente como da última vez que a vi. Cabelos loiros esvoaçantes, grandes olhos azuis, nariz arrebitado, lábios carnudos...ela continuava uma beldade.

- Nicolau! – Ela exclamou assustada. Eu amo quando ela me chama pelo meu nome de batismo, e não pelo meu apelido.

- Surpresa! – Abri um amplo sorriso. – Não vai me convidar para entrar?

- O que você faz aqui? Como descobriu esse lugar?

- Eu vim em paz, cara mia! – Fiz com a mão o gesto do Spock. – Quanto a como descobri a sua localização, non fa nulla.

- Não tem importância? – Ela fala italiano, havia esquecido disso. – Eu quero saber!

- Como você está, cara? – Forcei a passagem e entrei na pequena residência.

Tudo estava em perfeito caos, havia brinquedos espalhados por todas as partes. Assim como vários outros acessórios infantis, que sinceramente eu não sei o nome e nem para o que serve. No centro da sala estava uma espécie de cercado, com dois bebês dentro. Os gêmeos.

- Você não pode ir entrando assim! Nicolau! – Alessandra veio gritando atrás de mim.

- Por que você aprendeu italiano? – Indaguei e me aproximei dos bebês gordinhos. Eles pareciam aqueles anjinhos de propagandas: cabelos loirinhos e encaracolados, bochechas rosadas e muitas dobrinhas de gordura nos bracinhos e pernas.

- Por você, ora! Eu sou fã da Golden Blood, mas o meu favorito é você. Então, como uma boa fã, faço várias coisas só por que o meu ídolo faz ou fala.

- Ah. – Não consegui fala mais nada. Ainda sinto medo das loucuras dos fãs, na verdade eu quase desenvolvi uma fobia, devido a todo esse assédio. – Obrigada, eu acho.

- Ei, relaxa, eu não vou sequestrar você ou nada do tipo. – Ela brincou, mas eu sei que eu fiquei pálido de medo. Alessandra percebeu. – Desculpa, eu...droga! As vezes falo as coisas sem pensar.

- Acho que um sequestro e uma tentativa já está de bom tamanho, né? – Tentei descontrair.

- Deve ter sido horrível para você. – Alê murmurou.

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora