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Eu sempre fui uma negação para praticar atividades físicas, é um tormento que me acompanha desde a escola. Se eu tivesse tendência a engordar, provavelmente viveria de cirurgias.

Bem, o negócio é que quando se termina a escola e já se está formado em Direito e empregado na área jurídica de uma multinacional de grande porte você jamais imagina que, novamente, como nos tempos infernais de escola, será obrigado a praticar um esporte que você detesta.

Mas aqui estou eu, a caráter, com direito a chuteiras e tudo, num gramado, embaixo de um sol escaldante, ofegante e cheio de lama. Isso que eu chamo de "vestir a camisa", Styles. Maravilha.

Não era como se eu não tivesse pensado em sair dessa, porque eu até queria. Estava tentado a dar um atestado até quando Malik, um de meus colegas de trabalho do jurídico e que se tornara um grande amigo, me aconselhou a não fazê-lo.

"Eles vão te perseguir pelo resto do ano. Acredite. Já fizeram isto comigo, ou você acha que eu sou um amante de futebol?" – Eu me lembro dele me alertar enquanto almoçávamos num restaurante próximo à empresa. Era sempre bom fazer amizade com alguém mais antigo no serviço, afinal.

Zayn realmente era tão ruim quanto eu. Na verdade, talvez até mesmo pior, visto que em dez minutos de jogo já havia torcido o pé sem nem ao menos ter tocado na bola e agora assistia ao jogo da arquibancada, vez ou outra acenando para mim. Pobre Malik, bem, ao menos conseguiu se livrar dessa humilhação.

Era tanto sol na minha cabeça que eu já não me concentrava em nada, mas sabia que estávamos perdendo só por ver a quantidade de vezes em que um baixinho do time adversário marcou ponto encima do nosso pobre Josh do RH, que ocupava a posição de goleiro em nosso time.

O homem era de fato habilidoso e até mesmo um pouco exibido em seus movimentos. Tirava a bola da gente como se tira doce de criança, e não era como se todos do meu time fossem tão ruins quanto eu. O fato era que o baixinho sabia jogar.

Me lembro de estar bebendo uma garrafinha de água ao final do jogo, ou "o massacre do nove à dois", como eu preferi chamar, quando o mesmo baixinho exibido surgiu na minha frente e atrapalhando minha caminhada rumo à Zayn.

- Belo jogo. – Ele disse sorridente estendendo a mão em cumprimento.

"Belos olhos azuis, belas coxas... Bela bunda."

- Pra vocês sim. – Eu respondi aceitando sua mão na minha em cumprimento.

- É novo na Bayer? Nós sempre competimos e eu acho que nunca te vi por aqui.

- Sim, consegui o emprego faz pouco mais de um ano.

- Oh, meus parabéns. O que faz?

- Trabalho para o jurídico.

O homem então me olhou com o que eu notei ser surpresa ao piscar os olhos azuis bonitos.

- Tão jovem? – Ele ainda perguntou, mas pareceu deixar o assunto pra lá quando recomeçou: - Eu sou diretor executivo da Pfizer. – Ele informou mesmo sem ser questionado e deu de ombros.

Ele estava falando sério? O que um senhor diretor executivo de uma empresa visivelmente maior que a minha, extremamente popular entre os presentes ali e bom de bola, além de bonito, fazia desperdiçando o tempo comigo? Ele só poderia estar mentindo, condizia com seu jeito nada modesto de jogar.

Tomlinson, como eu notei estar escrito na parte traseira de sua camisa enquanto ainda jogávamos me lançou um olhar de entendimento, como se de certa forma já esperasse aquela reação enquanto em seus lábios pairava um sorrisinho presunçoso. Senti minha face esquentar por estar sendo tão óbvio e minha boca se abriu para dizer algo na intenção de amenizar aquilo quando ele me interrompeu.

Soccer. - LarryWhere stories live. Discover now