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Christopher

Eu nunca tive sorte para o amor. Quando eu estava na primeira série, só tinha olhos para Anelise, a garota de olhos claros e cabelos tão loiros que quase eram brancos. Era a coisa mais linda que já vira em minha frente. No entanto, ela preferiu escolher por Robert, o garoto de cabelo moicano. Eu a superei. Anos depois, na terceira série, meu coração passou a bater mais forte por Jamilly, uma afrodescendente de cachos e olhos negros. Eu queria tanto ao menos segurar em sua mão, mas ela preferiu Clark, o garoto descolado da turma. Quando por fim eu decidi dar uma pausa ao meu coração, eis que conheço Daffini, no sétimo ano escolar, com suas curvas começando a serem formadas. Ela era linda, mas resolveu se envolver com James. Essas são apenas três, das muitas desilusões que já tive. Contudo, hoje posso concluir que nunca as amei. Foi em uma biblioteca, em minha segunda semana em Seattle, que conheci a mulher que tenho certeza ser o amor de minha vida, a doce e meiga Dulce Saviñon. Quando ela fala, sinto-me escutando anjos cantarem. Eu sei que sou um pouco romântico demais, mas é impossível não ser quando se tem ao seu lado a pessoa mais delicada do mundo. Ela sabe exatamente o que eu preciso sem ao menos eu abrir minha boca, ela sente o que eu preciso. Estamos juntos a dois meses, secretamente. A decisão de contar sobre nosso namoro a sua família a deixa tensa, segundo ela, eles ainda acham que ela é muito nova para se envolver com alguém. Poxa, ela tem vinte e um anos, acabou de se formar em pedagogia. Já é uma mulher, bom, não quando se trata de intimidades. Prometi que irei esperar o tempo que ela precisar. Ela merece. Eu poderia passar horas falando sobre as qualidades de Dulce, mas preciso me encontrar com ela no café próximo ao meu apartamento, gasto exatos cinco minutos até lá. 

Duplamente Sua - VondyWhere stories live. Discover now