Capítulo 4

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Nenhum de nós dois falou nada durante um tempo, somente trocamos olhares.

—Quero a senhorita em minha sala agora.

Ele não esperou nem eu responder e saiu.

Cretino mal educado

Peguei minha agenda e segui pra sala dele.

—Pois não? —Falei assim que entrei.

—Imagino que Marcela, minha antiga secretaria tenha lhe passado minha agenda.

—Sim ela passou.

— Tenho algum compromisso pra hoje?

—Por que não olha o senhor mesmo.

—O que você disse? —Ele me olhou com aqueles olhos frios, e eu acabei me encolhendo.

Você é idiota, Cris, por que disse isso?

—Quero dizer, não acha melhor eu mandar os compromissos do senhor pelo e-mail? Ficaria mais pratico.

—Se eu quisesse fazer isso não precisaria de uma secretaria, eu mesmo agendaria meus compromissos, por isto está aqui.

Mal educado!

—Sim, senhor—Engoli o xingamento que eu iria soltar e abri a agenda — O senhor tem uma reunião as 16:00 com o Procurador- Geral da Republica.

—Claro. Pode ir me avise quando faltar meia hora. E me mande os relatórios da ultima reunião sobre a escolha do diretor do Banco Central.

—Claro.

Sai de lá odiando aquele senador com todas as minhas forças. Ele era um idiota e ainda por cima mal educado.

Fiz tudo que ele mandou, por que nem pedir esse babaca sabia. Enviei os relatórios por e-mail e quando faltava meia hora pra reunião eu telefonei.

—O que foi?

—O senhor tem uma reunião em meia hora.

—Okay.— Desligou.

—idiota!— Resmunguei.

—Problemas com o chefe?—Judith perguntou sorrindo.

—Esse Carlos Eduardo é um babaca de marca maior.

—Você se acostuma.

—Nunca vou me acostumar com ele.

—Ele é bonito.

—Como se isso fosse resolver a fome no mundo. —Ironizei.

Judith abriu um sorrisinho e voltou a fazer o que estava fazendo. Abri alguns relatórios e fiquei lendo, então o senhor Carlos Eduardo abriu a porta de sua sala.

—Senhorita Cristina vamos, temos uma reunião.

Ele saiu.

Revirei meus olhos.

Peguei minha agenda dei tchau pra Judith que ria da minha cara.

Segui em direção ao elevador. Ele estava me esperando. Assim que o elevador parou nós entramos e ele apertou o botão do terreo, ficamos em silencio durante o pequeno percurso que o elevador fazia. Tentei não olhar pra ele, mas era impossível, ele era aquele Homem com H maiúsculo, sabe, impossível de ignorado.

***

A reunião transcorreu normalmente, tinha que admitir que o Eduardo sabia o que fazia.

Blank Space [Projeto 1989] Where stories live. Discover now