Capítulo 9

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Entrei no cemitério e fiz o caminho que eu já havia decorado.

Assim que cheguei no tumulo me agachei e tirei o pó para ler as palavras que eu já sabia de cor.

"Aqui neste tumulo está uma criança que mesmo tendo vivido poucas horas, alegrou o dia de sua mãe."

"Paloma Medeiros"

"Nasc. 26/07/2015"

"Morte 26/07/2015"

Controlei meu choro, não iria chorar, não ali no tumulo da minha filha. Que hoje completaria dois ano de vida.

—Oi meu amor! Sabia que a mamãe ta morrendo de saudade de você? Pois eu estou, eu fico pensando em você, em como seria minha vida se você não tivesse me deixado. Sabe seu avô, então, ele me obrigou a me mudar pra São de Paulo, mas você sabe por que a mamãe não queria voltar pra la, não é? Seu avô também me obrigou a trabalhar pra um senador muito idiota. Mas estou me comportando. Sinto tanto sua falta."

—Cris?

Olhei para trás e vi o Alex e a Tatiana.

—Eu sei que você queria ficar mais tempo, mas acho melhor irmos embora. — Alex diz.

—É verdade, Cris, quando ela morreu você entrou em uma depressão profunda, não queremos que isso aconteça de novo.

— Tudo bem! __ Olho mais uma vez pro tumulo da minha pequena.

— Ate mais meu anjo.

Me levantei e abracei meus amigos.

—Obrigada por terem vindo.

—Sempre vamos estar aqui por você, Cris — Tati me disse.

Resolvemos almoçar em um restaurante ali perto.

—Quando você viaja, Tati?

—No começo do próximo mês.

— Esta nervosa?

— Tem como não ficar, Alex? Mas tenho certeza de que será uma experiencia incrível!

—Se o meu irmão não fosse tao idiota, tenho certeza que ele estaria aproveitando igual a você.

—Esta tudo bem, Alex, seu irmão fez a escolha dele, não posso me queixar, afinal também fiz as minhas. Então Cris — falou bebendo um pouco do suco. — E o trabalho?

—Tati, não me lembre que eu tenho um trabalho, por favor!

— Por que? Seu chefe é tao ruim assim?

— Ele é um babaca, idiota, arrogante, mal-educado.

—Nossa! — me olhou. — Apaixonou foi?

—Deus me livre.

—Qual o nome dele?

— Ele é o senador Carlos Eduardo Brandão.

Ela quase cospe o suco que estava tomando.

—Ta brincando, não é?

—Não. Por que?

—Por que ele é o senador mais gato que São Paulo já teve.

Revirei os olhos.

—Ele nem é tanta coisa assim.

—Tem certeza, Cris?

—Logico que tenho!

— O que ele estava fazendo com você hoje cedo mesmo? —Alex e sua boca grande.

Blank Space [Projeto 1989] Where stories live. Discover now