Epílogo

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-Então, aqui estamos de novo, não é, B? -A voz de L tinha um tom diferente do normal -Por que não desiste disso, hein? Você está na prisão, alguns alunos do professor sumiram e a Akemi deve estar morta, a esse ponto. -Já estava uma pilha de nervos. Segurei, quase que automaticamente, a argola da camisa do L, minha antiga obsessão. O "original" entre nós dois, afinal, algumas pessoas ainda pensam que eu o copiei.

Idiotas.

Ninguém fala da Akemi, além de mim. Não depois de tudo.

-Não se atreva a dizer o nome dela! Seu, imbecil! -Quase pulei em cima de Lawliet como uma onça, mas dois seguranças conseguiram me reprimir.

-Detento, você não tem o direito de tocar em L. Apenas o direito de permanecer sentado em sua cadeira. -Um dos gigantes falou comigo.

-Tudo bem, senhor. -Lawliet acalmou ambos, já preocupado -Obrigado. Será que poderia nos dar 5 minutos a sós? -Ele perguntou, calmamente. Isso era o que os seus olhos mostravam, mas por dentro, eu sabia: ele era um vulcão em erupção.

-Sinto muito. Para garantir sua segurança, senhor Lawliet, isso não será permitido.

-É importante. -L insistiu. Não sei por que gostaria tanto de falar comigo. Parece até que sou a pessoa mais importante para ele.

-Tudo bem. Sejam breves.
Os dois brutamontes deixaram a sala escura e bateram a porta, fortemente. Um breve eco foi emitido.

-O que você quer, Lawliet? -Perguntei, rispidamente, sem alguma paciência.

-Não trate como amigo aquele que na verdade é o seu irmão.-Sussurrou com raiva.

-Tem toda razão, Sherlock. -Falei sarcasticamente, adotando seu antigo apelido -Você não é o meu amigo. Mas ainda não respondeu a minha pergunta.

O detetive suspirou. Parecia mais velho nesta noite, como se todos os seus problemas e preocupações estivessem radiando sobre o local.

-Eu quero saber o que passa na sua cabeça, B! -Posicionou a mão na testa pálida -Por que você fez aquilo?!-Eu percebi uma alteração na sua voz.

-Eu não fiz nada! Já disse para os policiais! É disso do que se trata?! -Ele ficou calado. -Me responde, idiota!

A próxima ação me surpreendeu. Sua mão fina se dirigiu à meu rosto, provocando um estalo e um gemido de dor, vindo de mim. L acabara de me dar um tapa, pela primeira vez na vida. Como se nada tivesse realmente ocorrido, prosseguiu.

-O detetive Leslie encontrou um frasco de geleia de morango em cima do corpo de Jasper. E convenhamos: ambos sabem a sua "marca". Você o matou, Beyond. Confesse!

-Eu já disse que não fui eu! Qual é a dificuldade de confiar em mim, pelo menos uma vez! Eu não sou mais um assassino, L!

-Você e esses seus olhos de Shinigami! Por que eu não desconfiei? -Ele continuou com a falatória. -Você sabia quando Jasper iria morrer. Só quis adiantar a morte dele! -Ele gritou.

-NÃO. FUI. EU!!!

-Por que, hein? -Me ignorou -Ele dava em cima da Akemi? Você tinha medo que a amizade dos dois se tornasse algo... maior? -Insinuou. Não aguentaria mais isso.

-Saia daqui! Eu não quero olhar pra você!

-Por que? Tem medo de acabar vendo o dia em que eu vou morrer também? -L ergueu a cabeça e aproximou seu rosto do meu -Vai me matar, Beyond?

Não pude me controlar. Comecei a gritar. Falar palavras que não se encontravam em qualquer vocabulário. Nem eu sabia o que eram, muito menos, o que significavam.

De repente, o brutamontes entrou na sala estupidamente escura. Acho que ouviu meus gritos.

-Eu falei que isso não iria dar certo! -O enorme segurança falou, retirando L do lugar.

-B? -Encarei o segurança, sem muitas esperanças -Hora de voltar para sua cela.

Death note: A lenda das 3K's (Revisando)Where stories live. Discover now