Ariana pov
Eu cheguei em casa e parei na porta. Respirei fundo e bati na porta.
Meu pai atendeu.- Não está com seu namorado? - perguntou.
- Ele não é mais meu namorado - falei rude. Entrei e procurei minha mãe pela casa, não a achando.
- Por que? Terminou com você? Porque nunca te amou? - questionou.
- Não interessa! Cadê minha mãe? - perguntei.
- Saiu - falou ele - Sabe Ariana, quando eu era menor, meus pais faziam coisas comigo quando eu desobedecia - disse. Me virei e ele estava com o cinto de sua calça na mão.
Arregalei meu olhos e ele foi se aproximando. Subi correndo e tranquei a porta do quarto.
Isso não pode estar acontecendo.Segundos depois ele arromba a porta, eu já estava chorando, e nada fazia o sorriso maléfico sair de seus lábios.
- Por que está fazendo isso? - perguntei em meio às lágrimas.
- Por que você merece - disse ele.
Fechei meus olhos e ele distribuiu a primeira cintada, em seguida a segunda e assim por diante.Se foi quinhentas ou vinte, não fazia diferença, doía, ardia, queimava.
As pernas, os braços, a cintura, a barriga, tudo. Eu gritava, gemia e chorava cada vez mais.- Não me faça fazer isso denovo! - falou ele. Em seguida deixou o quarto.
Me levantei devagar e me sentei na cama.
Eu não conseguia parar, meu corpo estava mole, então eu sentei e cai para trás. Levantei denovo e fui me assegurando pelas paredes, tentei ficar de pé mas imediatamente cai deitada no chão, enxergando tudo preto.***
- Ariana! Querida... - disse uma voz doce. Abri meus olhos com dificuldade para me acostumar com a iluminação do local. Vi o borrão de minha mãe.
- Mãe? - perguntei.
- Sim amor, sou eu - falou ela.
- Onde estou? - perguntei olhando ao meu redor.
- No hospital - disse.
- Como eu vim parar aqui?
- Eu cheguei em casa e você estava no chão desmaiada, seu pai não estava em casa mas eu sabia o que ele havia feito, então aproveitei e te trouxe para cá - falou.
- A-Ah. Quanto tempo estou aqui?
- Três dias - falou ela.
- Três dias? Isso é muito tempo - falei incrédula.
- Sim eu sei, suas amigas vieram lhe visitar bastante - disse ela. Eu sorri.
- E... bom... Justin? - perguntei.
- Ele não veio, mas sabe que está aqui. O informei e ele disse que... - parou.
- Disse o que? - perguntei.
- Ele disse que não era da conta dele - falou. Meu sorriso foi se apagando aos poucos, até eu ficar séria fitando o teto.
- Disse mesmo?
- Sim. Desculpa - disse.
Justin pov
Eu estava sem fazer nada olhando TV, já tinha notícias dos meninos e da Hailey, e falei que era melhor eles ficarem lá por um tempo. Mesmo assim expliquei a eles o que estava acontecendo.
E o telefone tocou denovo. Era da casa dela. Pensei em não atender, mas atendi.- Justin? - perguntou.
- Eu - falei.
- É a mãe da Ariana, só para te informar que ela está hospitalizada, se quiser visita-la... - disse.
- O que houve com ela? - perguntei fingindo não ter o mínimo interesse.
- Edward bateu nela - disse ela.
- Obrigado mas isso não é da minha conta - falei e desliguei.
Meu peito se apertou, e permiti-me chorar.
Se eu não tivesse terminado com ela nada disso teria acontecido. Estaríamos felizes agora, juntos.***
Três dias depois disso, eu não recebi mais notícias. Pelo que eu soube, de alguns comentários, ela acordou hoje.
Eu prometi que iria protegê-la, eu não cumpri minha promessa. Mais um motivo pelo qual ela deve manter mais distância de mim.
Eu estou me odiando muito agora, mas eu odeio mais ainda Edward.
Ele vai pagar caro.Não durmo à três noites, estou acabado, pior que ressacas.
Olheiras, olhos vermelhos e inchados.
Nem eu me suportava mais.
Cada minuto penso em ir falar com ela, mas no minuto seguinte desisto.Levantei da cama e fui até o banheiro, fiquei quarenta minutos debaixo da água.
Quando sai olhei no relógio e marcava meio dia e meia.
Vesti uma calça jeans preta, um moletom branco e um tênis preto.
Coloquei o capuz e sai de casa indo até o Starbucks, chovia fraco, e era perto de casa.Chegando lá pedi um café com leite, depois me sentei em uma mesa e bebi um gole do líquido quente que me esquentou por dentro. Fitava intensamente a rua e o movimento das pessoas, a chuva caindo e molhando a calçada pelo vidro.
Não sei mais o que fazer.
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Bad Angel - Livro 1
Fanfiction..."Quando você sentir o meu calor Olhe nos meus olhos É onde meus demônios se escondem É onde meus demônios se escondem Não se aproxime muito É escuro aqui dentro"...