homophobia • camren

vinte e um | stop, please!

Hoje Camila e eu estávamos fazendo 5 meses de namoro. E decidimos comemorar indo à uma lanchonete aqui mesmo em Ohio. Era arriscado saímos tão em público ainda mais para comemoração de algo.

Mas ela insistiu tanto para que fôssemos comemorar, que acabei aceitando. Tinha sobrado um dinheiro extra do meu trabalho na cafeteria e dava para pagar um jantar simples para nós.

Chegamos no estabelecimento e estava meio vazio, tinha apenas um casal com uma criança, e na mesa ao lado um grupo de garotos conversando. Assim que passamos por esse mesmo grupo de garotos, um deles não tirou os olhos de minha namorada. Fiquei incomodada.

Fomos para uma das mesas mais apagadas da lanchonete e esperamos a garçonete.

"Cinco meses né Lo?" Camila falou enquanto acariciava minha mão. "Passou tão rápido"

Ela falava enquanto eu sorria carinhosamente para ela. Eu amava tanto essa garota, que daria minha vida por ela.

"Cinco meses de uma vida toda, meu anjo."

Ela ia se aproximar para tentar me beijar até que a garçonete chega perguntando o que nós vamos querer, Camila pediu um milkshake de morango, e eu pedi o mesmo.

[...]

Assim que terminamos nosso jantar, paguei a conta e saímos do estabelecimento, minha caminhonete estava estacionada a duas quadras dali, não era muito longe. Olhei no meu relógio de pulso e faltava dez minutos para as 23:00h. Suspirei, a rua estava praticamente deserta.

Segurei sua mão, e fomos caminhando conversando sobre o nosso futuro.

"Eu quero ter dois filhos com você Lo" Camila falava enquanto segurava minha mão "Um vai se chamar Alex e a outra Lucy"

"Dois? Mas é muito Camzi. Tenha dó de mim!" Falei e ela começou a rir, sua risada é uma das coisas que eu mais aprecio no mundo.

Se eu pudesse escolher um último som para ouvir nos meus últimos minutos, não seria nenhuma música. Seria a risada dela. Eu me apaixonei por ela na primeira vez que ouvi. Adoraria morrer ouvindo as vibrações dela enquanto viajo para não voltar mais.

"Idiota" ela disse e me empurrou pelos ombros, estava para revidar quando escuto um barulho de longe. Olho para trás e vejo a mesma turma de garotos que estava na lanchonete. Era no máximo quatro garotos. Camila olhou para mim assustada.

"Corre" eu disse para ela o mais baixo que consegui. E começamos a correr, sem olhar para trás. Camila e eu corriamos como se o mundo fosse acabar, e literalmente estava acontecendo, para nós.

Mas não foi o suficiente, um dos garotos conseguiu me acompanhar, segurou um dos meus braços e me derrubou no chão. E Camila parou no exato momento.

"CAMILA CORRE, NÃO PARA" Gritei em plenos pulmões, não sabia o que esses garotos queriam com nós, mas boa coisa não era.

"Cala boca puta" o rapaz que segurava meu braço gritou para mim "Jean, segura essa magrela" ele apontou para Camila e eu estava me debatendo, mas por incrível que pareça o rapaz era mais forte. E muito mais.

O tal de Jean segurou Camila e ajoelhou a mesma.
"Eu sabia que reconhecia vocês de algum lugar, eu vi vocês no jornal suas nojentas." ele falou e cuspiu na minha cara "Vocês são sapatoes porquê nunca encontraram um homem de verdade".

"Não por favor" Eu implorei para o garoto "Deixe ela ir, pode me bater, me machucar, tirar minha alma, mas não machuque ela" Estava praticamente me humilhando para o rapaz.

Ele deu uma risada sarcástica, e revirou os olhos. E fez um sinal com a cabeça para o outro garoto. Senti uma pancada forte na cabeça, o garoto havia me dado uma pedrada, senti o sangue escorrer e os gritos de Camila vindo de longe.

Quando levantei a cabeça senti outra pancada, mais pedradas. Até que senti um grande baque, alguém havia me dado um chute nas costas.

Bem longe escutava os gritos desesperados de Camila, eu tentava me levantar, mas não conseguia, os dois garotos estavam me chutando sem parar, eu sentia de longe uma voz me chamando. Tentei abrir meus olhos mais uma vez, e vi um dos garotos puxando Camila para trás de um carro. Até que tudo escureceu de vez.