Capítulo 11 - Uma nova velha amiga

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Ana: só pode ser brincadeira!

Caroline: Ana! Você... você está viva?

Mariana: não, idiota. É um clone. Agora cale essa boca e continue se arrumando. Ana, você pode começar a se produzir. Espero que o cliente se agrade se você. - E saiu.

Eu odeio ela a cada dia que passa. Ela acha que serei uma prostituta? Dela ainda? Nem em sonho!

Caroline: Ana, venha aqui que eu te ajudo. - fui até ela com os olhos marejados. - relaxa, como você está?

Ana: como você acha? Esse lugar é um lixo. - uma das meninas nos interrompe pra avisar que a Mariana estava vindo.

Mariana: consegui o seu primeiro, Ana. Você tem um minuto para ir até o quarto três. - assenti com a cabeça e terminei de me produzir.

Ana: Carol, eu estou me sentindo um lixo. Eu não quero viver assim.

Caroline: calma, vai dar tudo certo amiga. Olha, me encontra amanhã as dez da manhã nesse endereço. - ela me deu um papel com o endereço e eu guardei na minha bolsa. - agora vai lá e arrasa, gata! - e assim eu fui.

Cheguei no quarto e vi um homem muito bonito. Lindo da cabeça aos pés. Ele me viu entrando sem jeito e sorriu pra mim.

Heitor: como se chama?

Ana: Ana.

Heitor: belo nome. Assim como você. Me chamo Heitor. Venha, deite - se aqui. - E assim começou.

O desenrolar da história você já deve imaginar. Fiz tudo que ele pediu. E então quando acabou, me vesti e ele me passou o número do seu celular. Ele falou que queria me conhecer melhor, que já tinha gostado do meu jeito logo de início. Voltei para onde as meninas estavam.

Caroline: como foi? - Não aguentei e comecei a chorar como criança - amiga, para de chorar. Ele te disse algo que a magoou?

Ana: não amiga - falei em meio às lágrimas - ele simpatizou comigo e me deu seu número de celular. Pediu para eu mandar mensagens a ele. Mas o problema é que agora eu estou me sentindo um lixo completo.

Caroline: se acalme, pequena. Você é melhor que isso. Se você não fosse boa, acha que seria paga para fazer isso? Eles pagam pra você fazer com eles o que eles não conseguem nem graça.

Mariana: já está pronta para o próximo, Ana? Um segundo. - eu não quero mais essa vida!

Ana: eu não quero mais essa vida! Obrigada pelas palavras Carol. - abracei ela - vou nessa. - E assim eu fui.

A noite continuou essa merda. Vários clientes pra mim e para as meninas. Não me conformo como é possível os homens querer aquelas coisas... gosto nem de lembrar!

Chegando em casa, Mariana me chamou para uma conversa. Miguel e Patrícia já tinham ido dormir.

Mariana: é então Ana, como foi a noite?

Ana: como você acha? - falei com muita raiva.

Mariana: pra mim, foi maravilhosa. Ganhei dinheiro. E muito. - como essa mulher é um lixo. - vamos fazer o seguinte: pra você não ficar sem roupas, vou dar vinte por cento dos lucros que eu receber de você por noite.

Ana: e quanto seria?

Mariana: cada programa está saindo à trezentos reais. Faça as contas. - falou ironica - Vai para o seu quarto e amanhã quero você pronta no mesmo horário.

Subi para o meu quarto e entrei no chuveiro. Conforme a água caia pelo meu corpo, as lágrimas iam junto. Não suporto essa humilhação. Não quero ser esse lixo. Essa não é a vida que eu quero. Terminei meu banho e fui para a cama. Não consegui pegar no sono. Levantei e comecei a olhar pela janela. A lua está maravilhosa. Tão linda que parece ser desenhada e... É isso que eu vou fazer! Ou pelo menos tentar. Peguei uma cadeira, escancarei a janela e as cortinas. Tentei desenhar o céu. E está ficando bom. Acho que levo jeito pra isso. Me esqueci de todos os motivos que me fazem chorar. Desenhar me leva a outros mundos. Outras dimensões.

Terminei o desenho depois de uma hora e meia. Ficou perfeito. Parece muito com o cenário. Acho que vou fazer isso agora. Pintar paisagens. Já que descobri ser boa nisso! Resolvi ir para a cama pois as dez da manhã vou ir ver a Caroline.

Fugindo da Realidade (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora