Capítulo 42

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Achei que a dor iria amenizar e eu finalmente conseguiria dormir, mas passou de 1 hora da manhã e eu ainda estava em claro. Pedi para Nicolas ir pra casa descansar, pois cedo teria aula na faculdade, em seguida ficamos somente meus pais e eu no quarto. Nunca torci tanto para chegar a hora de uma consulta como estava torcendo para as horas passarem e eu ver o meu médico.

Chorei de dor até que caí no sono, quando acordei foi com o despertador fazendo barulho, minha mãe havia dormido ao meu lado na cama e meu pai no chão sobre um tapete e alguns travesseiros.

Marcele: bom dia, você está melhor?

Isabella: sim, as dores passaram

Lorenzo: graças a Deus

Marcele: vou descer pra preparar o café

Permaneci deitada enquanto meu pai levantou-se para tomar banho. Peguei o celular e mandei mensagem para Nicolas.

"Bom dia meu amor, que você tenha um dia lindo"

Coloquei o celular de volta no criado mudo e sentei na borda da cama para tomar um comprimido em jejum, depois deitei novamente, estava super indisposta, minha vontade era de ficar na cama o dia inteiro. Porém daqui a algumas horas tinha que me arrumar para ir ao médico.

[...]

Quando chegamos na clínica minha mãe e eu ficamos esperando meu pai estacionar o carro do outro lado da rua, e então entramos todos juntos. Cada passo que eu dava, cada corredor que eu passava, cada parte daquela clínica me fazia relembrar do hospital e os momentos horríveis que vivi enquanto estava internada.
O cheiro impregnava nas minhas narinas trazendo consigo tudo que eu queria evitar naquele exato momento. Eu repugnava cada sentimento que aquele lugar me fazia sentir, das noites em claro sofrendo de dor, em um lugar cheio de pessoas que estavam sujeitas à morte.

Nessa situação, acho até que já fui muito egoísta por não me dá o trabalho de parar pra pensar o quanto viver dentro de um hospital é ruim, até viver, na maioria das vezes o sofrimento e situações nos obrigam a crê que tudo está perdido, vivemos aprisionados por medos, dores e insegurança.

Respirei fundo enquanto mantinha os olhos fechados dentro do elevador, e em uma fração de segundos tentei ignorar as lembranças, os pensamentos ruins e controlar as emoções.

Marcele: está se sentindo bem, querida?_questionou-me fazendo com que eu abrisse os olhos e me desligasse de meus próprios pensamentos

Isabella: Sim, está tudo bem_respondi ainda um pouco ofegante

Não demorou muito e então entramos na sala do Dr. Sebastian, meu oncologista.

Dr. Sebastian: Bom dia família Fercondine, como estão?

Lorenzo: bom dia Dr.

Marcele e Isabella: bom dia_respondemos ao mesmo tempo

Dr. Sebastian: sentem-se por favor. Isabella me conta, como você têm se sentido nessas últimas semanas de tratamento?

Isabella: não tenho me sentido bem, não sinto que melhorei doutor

Dr. Sebastian: ainda tem sentido muita dor? o que tem te incomodado mais Isabella?

Isabella: as dores, a fadiga, e os efeitos colaterais da quimioterapia, ou seja, tudo. Essa noite eu quase não consegui dormir, estava com muita dor e os remédios para dor parecem não ter funcionado, a dor não passava

Dr. Sebastian: Ok_diz ele fazendo algumas anotações. Ainda tem vomitado com sangue?

Isabella: sim

Quando Vem De Deus É Diferente [ Amor, Fé & Superação ]Where stories live. Discover now