Ciúmes

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Havia se passado duas semanas dez de que resolvi fazer "Greve de Fred". Não tinha visto ele esses dias, parece que ele também tinha sumido. Por um lado isso me ajudou, meu plano de ignorá-lo não séria perfeito se caso me esbarrasse com ele por ai. Mas, também não deixei de me preocupar. Não vê-lo constantemente com aquele sorriso torto, era estranho. Então, comecei a sentir que faltava algo para completar meu dia, tudo se virava em direção a ele, isso não me ajudou muito. Logo aquilo entrou na rotina. A rotina de não vê-lo, a rotina de não ouvir sua voz, era tudo questão de tempo. Enfim, Alex sumiu por dois dias, nesse período sem o Fred.

Lógico que me preocupei com a sua ausência e fui até a sua casa. Segundo a mãe dele, ele havia ido para uma fazenda à quilômetros de Atlanta, para um aniversário de um amigo. Fiquei muito chateada com isso, chateada por ele não ter me avisado. Enfim, hoje era sábado, estava me preparando para mais um dia em casa, como de costume. Então resolvi ir ao mercado. Peguei meu celular e dinheiro e os coloquei no bolso, procurei minha mãe para avisá-la mas não a vi por perto, não iria demorar muito.

Peguei meu casaco coloquei-o e sai caminhando devagar de casa. Estava tudo muito calmo no condomínio, aparentemente todos estavam em casa. Olhei para o lado e vi o carro do Fred estacionado deduzi que ele estivesse descansando em casa. Estava quase na calçada quando sinto alguém parar atrás de mim. Me assustei e olhei rápido.

- Olha quem resolveu aparecer - Era o Fred, naquele momento minhas bernas ficaram bambas, e tudo que eu queria era correr. Mas, também queria abraçá-lo e dizer o quanto ele fez falta.

- Oi Fred. - Disse seca.

- Mal humor pequena? - Sorri forçadamente.

- Calma vim em paz.. Percebi que esteve me evitando.

- Evitando? Tá louco?

- Talvez! Já que não estava me evitando, me dê um motivo convincente para acreditar que não estava me ignorando?

- Só precisava de um tempo.

- Tempo de mim? Fala sério, Nina. Posso contar nos dedos as conversas que tivemos, e já quer um tempo? Você nem me deixou aproximar. Aproximar o bastante para saber se você é mesmo quem penso que é.

- Só precisava pensar, Fred.

- Ok, pensar em que?

- Não vou te falar.

- Pensar em que Nina?

- NÃO VOU TE DIZER. - Disse alto assustando-o.

- Tudo bem. Não vou te obrigar a dizer absolutamente nada. Agora o tempo quem quer sou eu.

- Como assim?

- Nada, nada. Só me procura quando fizer uma análise de tudo isso. Sabe onde me encontrar. Na casa ao lado. - Ele disse sorrindo em seguida indo em direção a sua casa. Fiquei ali parada olhando se afastar, queria gritar e dizer que eu era um idiota por evitá-lo, que eu era uma criança em pensar que ignorá-lo resolveria tudo. Mas, o orgulho é o meu defeito, apenas o observei de longe. Cada vez que ele se afastava meu coração doía, mesmo que a distância não seja tão longa. Mas, só em o ver se afastando e zangado comigo me destruía. Naquele momento perdi completamente a fome. Me direcionei a porta e voltei para casa. Me joguei no sofá e fiquei ali me afogando em culpa e arrependimento. Quando escuto barulhos de passos, olho e vejo a Gaby se aproximar.

- Oi maninha.

- Oi Gaby.

- Nossa que animação.

- Não to muito bem hoje.

- Certo, irei deixá-la descansar só vim avisá-la que faremos uma festinha.

O garoto da casa ao ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora