Dez.

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Abri e não era mais que a foto do que eu tinha gravado naquele banco, naquela tarde chuvosa quando o meu coração bateu mais rápido do que todas as drogas do mundo poderiam fazer alguma vez bater, ele sabia, ele sabia que era ele o meu sol, e a minha lua, ele sabia que era o meu ar, ele sabia que me custava respirar, ele sabia que eu era dele e que ele deveria ser meu por isso mesmo.
Eu chorei, eu sofri, mas fiquei feliz e ri, parecia que estava a morrer mas estava mais vivo que nunca, todo o espaço vazio das minhas veias poderia encherce de vozes ou de sentimentos frios, tudo estava vazio, mas estava tudo tão cheio, estava tudo tão quente mas tão frio, tão eu Amo-te, como tão eu Odeio-te. O que se passa? Eu só queria que me agarracem alto mas depois me fizessem cair. Eu precisava da luz que ele me tinha roubado, mas eu não  a queria de volta, eu era um guerreiro que não queria lutar, uma borboleta que não queria voar mais. Estava tudo virado ao contrário, os opostos já eram quase sinônimos e metade  de mim não era nem nunca fui eu.
Não sabia o que dizer, responder, fazer, estava tudo tão confuso,esperei quase 10 anos por este momento e quando acontece eu não sei como agir, não sei nada, não sei quem sou, o que fui, o que fiz, as minhas aulas de filosofia não me transmitiram nada, não sei o que é a vida, não sei viver, não tenho vida, quero morrer, o que é que eu faço? Eu não sei o que dizer, eu só quero aquele beijo outra vez, eu só quero sentir, mas eu não estou a sentir nada, é como as cores, todas misturadas não dão nada mais que branco, eu era uma tão grande mistura de sentimentos que eu estava Branco. Nulo. Sem. Quase morto...

Not Me. (Não Terminado) Onde histórias criam vida. Descubra agora