Reencontro!

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Estou nervoso.

Acabei de chegar e não fui pro hotel, estava a todo momento me preparando pra quando ela viesse vir me ver, até então me sentia um pouco seguro, me sentia... Até o pavor me tomar por completo, agora o meu carro está estacionado no pátio pequeno do hotel onde Maria está hospedada, e eu realmente não sei como farei tudo.

Não foi uma escolha, não tive alternativas, Olaf já foi, e está sob minhas ordens, ele irá trazer ela, e nos reencontraremos depois desses dias afastados.

Quer Maria queira ou não.

Antes de decidir fiquei basicamente uma hora segurando a máscara na mão, sempre uso uma dessas com as mulheres com quem saio, e nunca foi tão difícil tomar uma decisão em toda a minha vida, sei que ela não irá aceitar isso, sei que ela irá ficar furiosa com isso, mas é o máximo que eu consigo nesse momento, não estou pronto para que ela me veja.

Me sinto um covarde... um lixo.

Como posso lhe pedir algo assim? Onde está toda a coragem que eu tinha até três dias atrás? o que está acontecendo comigo?

Estava tão determinado em tê-la, em revê-la!

Em parte tento culpar o fato dela não se lembrar de mim, a péssima reação que Maria vem tendo com tudo, sua rejeição, mas no fundo eu sei que tudo o que eu decidir de hoje em diante será unicamente em função dos meus medos, da minha fobia, mas principalmente do que é o melhor para mim... pra ela. O celular chama e escuto uma pequena discussão familiar, ela está de novo brigando com Olaf, expulsando-o, sei que ela está próxima do celular por conta de sua respiração.

—bom dia!

Gostaria de não soar com tanto sarcasmo, não estou feliz, bem, estou um pouco satisfeito por ter voltado, mas já me preparo pra tudo o que ela irá falar sobre isso, tão logo ela descubra o que a aguarda.

—o que você quer?

Ela reage tão mal que acabo rindo, a contra gosto é claro, como não gosto de enrolação já vou direto ao ponto.

—já cheguei em Vegas.

Escuto o som de alguém chamando por ela, depois Maria fala:

—ah, um momento!

Ela demora, demora, e começo a soar dentro do terno, ouço sua respiração e é ofegante.

—acho que já viu Olaf, ele veio busca-la.

—não vou!

Nenhuma novidade!

—justamente quando acabei de chegar a cidade e quero te ver?—questiono e não escondo minha irritação.

—sim.

Mas que mulher teimosa...

—mas você vai!

—não vou.

—não me obrigue a buscá-la.

—não caio nessa!

—Maria viajei mais de doze horas pra vir te ver, estou exausto, por favor não faça isso.

Logo de cara ela responde:

—não posso ir.

—sei que pode—insisto.

—não quero te ver.

Atraído (Livro I) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora