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Cheguei a empresa depois de alguns minutos - dei uma extrema sorte do Starbucks ser quase do lado dela e chegar só cinco minutos atrasada.

Peguei o elevador correndo e cheguei ao quinto andar ofegante, assim que saí já vi que Bia e Felipe estavam ali - como eu tinha imaginado. E quando me viram, suas fisionomias não foram das melhores.

— Gente... Vocês não... vão acreditar. — falei ofegando entre as frases. Me apoiei em Lipe e me permitir respirar fechando os olhos de leve.

— Amiga, o nosso chefe quer falar com você. — Beatriz disse e eu abri meus olhos rapidamente. — Nós até tentamos cobrir o seu atraso, mas ele não admite atrasos e pediu que nós a avisasse.

Olhei para Lipe e meus olhos começaram a lacrimejar. Primeiro dia e já correria risco de ser brutalmente demitida.

— Nós até pensamos que você conseguiria chegar quando ele deu uma saidinha ao Starbucks mas infelizmente, ele notou que uma de suas estagiárias não estava no local.

Beatriz continuava a falar mas a essa altura eu já não prestava atenção. Só me via sendo demitida e meu sonho indo embora.

— Chega Beatriz! Ela já entendeu. — Felipe brandou e depois me abraçou no mesmo instante. — Não se preocupe Dul. Vai ficar tudo bem, você vai ver.

Respirei fundo, enxuguei as poucas lágrimas que haviam caído do meu rosto e desfiz o abraço de Lipe com um aperto no peito.

— Eu vou e...seja o que Deus quiser. — Disse meio insegura e caminhei até a sala do nosso sub-chefe.

Antes de entrar, lembrei-me do meu pequeno empecilho de algumas horas atrás. Aquele ogro certamente vai me pagar se eu perder o meu emprego. Oh se vai.

Adentrei a sala e vi uma enorme mesa no local, suspiro fechando a porta e percebi que ele estava sentado na cadeira, virado na direção oposta à minha.

— Com licença senhor, mas... — respirei antes de falar. — Eu lhe peço desculpas por ter me atrasado. Essa é a última vez que isso acontece e prometo não me comprometer mais como esse caso. Sou uma ótima estagiária, e se permitir vou lhe mostrar que atraso não faz parte da minha ficha de trabalho.

Falei aparentemente nervosa, cruzei minhas mãos. Já suava frio e aquele silêncio estava me incomodando.

— Dulce María!? — exclamou meu nome com precisão. Poderia está louca ou até mesmo surda, mas eu tenho certeza que já ouvi essa voz antes. Então, antes que eu tirasse qualquer conclusão, a cadeira se virou para mim revelando aquele atraente e perceptível homem. — Nossos destinos se cruzando mais uma vez.

Ele disse sorrindo enquanto eu o encarava perplexa. Me senti dentro de um filme literalmente. Respirei pela vigésima vez naquele dia e soltei minhas mãos.

— Destino traiçoeiro! — exclamei em um tom bravo. — Então você, um homem mal educado, ogro e sem sentimentos é o meu chefe? — pergunto com desdém.

— Me respeite Dulce María. Eu ainda sou o seu chefe. — disse se levantando.

— Respeito coisíssima nenhuma. E me chamou aqui por quê? Vai me demitir? Por que se fomos analisar o caso, quem me atrasou foi você. — digo cruzando os braços e ele coloca uma fisionomia brava também.

— Adoraria ter esse gostinho de te demitir Dulce, logo no primeiro dia, assim que soube que seria você a minha estagiária. Mas meu pai - que desnecessariamente é o MEU chefe - me mataria por isso, você ainda é a "afilhada do amigo dele". Ou acha que eu já não vasculhei a sua ficha atrás de um deslize? — disse quase gritando, mas ainda sim não conseguiu me assustar.

Querido Chefe - Vondy ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora