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P.O.V's Uckermann

As horas pareciam não passar. Depois que troquei aquelas breves palavras com Dulce, não ouvi mais a sua voz. Tentei chamá-la mas parece que nada dar certo.

Eu estou mal e sinto que ela também está. Isso não pode está acontecendo, ela não pode tá correndo perigo por minha causa.

Ouço a maçaneta da porta ser aberta. Margo entra com um sorriso cínico na cara. E pode até ser pecado, mas se eu tivesse o poder de transferir a minha filha para outra barriga, eu transferiria.

— Vejo que você está bem! Que bom, acho que não ia conseguir explicar a causa da sua morte. — ela diz fechando a porta e pegando uma cadeira.

— Pra sua sorte, ou para a minha, eu sou forte! Nunca iria desistir sem tentar. — falei com certa dificuldade.

— Eu sei meu amor... Então vamos conversar... eu e você estamos casados, certo?

— Infelizmente. — sussurrei.

— Então, tecnicamente, eu tenho metade dos seus bens. Certo?

— Vá direto ao ponto Margo! — esbravejei tentando me levantar, tentativa Fail. A dor pareceu triplicar.

— Calma meu amor. Bom, como eu estava dizendo, eu tenho metade dos bens da sua família mas semana passada eu fiz você assinar um longo papel, se lembra? — perguntou agora me encarando bem de perto. Eu não me lembro, não me lembro de nada do que ela está falando.

— Não! Eu não me lembro.

— Imaginei, você estava bêbado demais para lembrar. Enfim, esse papel me da o direito de toda a sua parte da empresa e metade dos bens de toda a sua família. Mas claro, só quando você morrer. E adivinha? Você e a sua mulherzinha de quinta vão morrer hoje. — ela diz sorridente. Meus olhos se arregalam, senti um impulso e logo vi que um de seus seguranças pegou em meu braço me erguendo.

— Você é uma psicopata! — Gritei agora morrendo de dor em meu abdômen. — Isso não vai acontecer, nem eu e muito menos Dulce vamos morrer hoje. Você não pensa na nossa filha? Só pensa em você?

— Só. E em mim, é claro. — Rodrigo diz de maneira tosca com Dulce - a minha Dulce - em seu ombro. Meus olhos arderam ao vê-la daquela maneira. Tentei me soltar do tal segurança mas a dor em meu abdômen só aumentava.

— Quieto aí garanhão. Não vamos fazer nada com ela agora, vamos dar uns minutinhos pra vocês dois. Só mais tarde, é claro. Talvez quando os dois estiverem no inferno. — Margo diz caminhando até Rodrigo, os dois trocam um selinho. Meus olhos não saiam de cima de Dulce. Ela está desacordada e sua feição não é das melhores.

— Me matem! Façam o que quiser comigo. Mas não toquem nela, não a machuquem. — falei deixando algumas lágrimas caírem do meu rosto. — ela não merece tudo isso, é por minha culpa, tudo o que está acontecendo com ela.

— Ai que bonitinho. Uma pena que não gosto de romance porque se não estaria em meio às lágrimas. Vamos antes que eu enjoe da cara de vocês. — Margo diz com cara de nojo.

— Margo, ele não sabe. — Ouço Rodrigo sussurrar só para ele.

— O quê? Do que está falando? Não estamos com tempo para suas gracinhas Rodrigo! — Margo responde olhando da janela.

— Ele não sabe sobre Dulce! Ele não sabe. Não é justo. — Rodrigo repete me olhando com... pena?

— O que eu não sei? Me diz! O que eu não sei? Eu preciso saber o que está acontecendo. — supliquei sem deixar de a observar.

Querido Chefe - Vondy ♥Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt