Capítulo 20

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Dois Capítulos por que sou boazinha ^^

Mentira, é que semana passada não postei néh!? hahaha... Problemas com o bendito word gente ¬¬' 

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Derya passou pelo alto portão e entrou em um salão sendo escoltada pelos homens que a encontraram a minutos atrás espionando o território. Por fora, o lugar parecia uma casa, mas agora percebia que era uma espécie de deposito.

Ouvia a voz de um homem, mas não conseguia vê-lo. Havia um circulo de pessoas ao redor dele que a impedia de dizer com certeza se era alguém conhecido ou não. A voz lhe parecia familiar, mas sua mente não encontrava um rosto.

— Ninguém vai invadir nossas terras, tomar os nossos empregos, distorcer os nossos costumes. A Turquia é um país de homens que lutam por esse chão. Não fomos dobrados por políticos, por sultões ou por deuses cristãos, também não seremos derrotados por um bando de medíocres que se fazem de coitados para tomar e invadir o que é nosso. — dizia o homem em um discurso de ódio. — Vamos expulsá-los e se preciso matá-los até que nossa terra esteja livre.

Os outros gritaram junto a ele palavras expondo sua indignação e intolerância com os refugiados.

Derya pensou no avô, se ele pudesse ouvir toda aquela barbaridade estaria de cabelo em pé. Logo Mustafá que defendia a igualdade e o repeito entre todas as pessoas, independente de cultura ou credo. Como podiam existir seres humanos com mentes tão antiquadas?, perguntou-se.

Ouviu o silêncio se instaurar no lugar e pela primeira vez percebeu que era o centro das atenções. A horda de "cavalheiros" a observavam com curiosidade.

Derya olhou bem para o rosto deles, não podia deixar de se sentir surpresa, aqueles homens não eram adolescentes, mas sim, homens maduros, pais de família, alguns se pareciam muito religiosos.

— Ora, ora... Se não é a ilustre, Derya Erdogan.

Ouviu seu nome ser pronunciado, mas não viu quem o fazia.

— Ela estava do lado de fora com outro rapaz, deve ser algum militar também chefe. — informou o homem que a segurava por um braço.

— Tenho certeza que vai correr até o quartel ou até a polícia. — disse um outro fazendo os demais rirem.

Derya não entendia onde estava a graça naquela situação, mas preferiu ficar em silêncio.

— Deixe-o, quero ver se ele volta com reforços.

Os risos foram mais intensos e Derya teve nojo, não pode deixar de reagir:

— Talvez ele tenha razão para entender que os homens aqui são completos covardes e que de fato temeriam esses tais reforços. — desafiou fazendo todos se calarem e o lugar cair novamente no silêncio.

Segundos se passaram até a resposta surgir.

— Covardes são aqueles que não defendem sua própria gente. Que pensam que podem tornar pessoas inferiores em iguais. Bandidos em cidadãos. Mulheres em guerrilheiras... — O homem saiu do meio dos outros mostrando a face. — Mas eu estou aqui para combater vocês que mancham a honra militar.

Derya entreabriu os lábios sem acreditar que estava diante do homem que transformou sua vida em um verdadeiro inferno quando chegou ao quartel de Göreme. Machista e preconceituoso, Harun Erdem nunca perdeu a chance de investir contra ela. Até contra sua própria vida.

— Surpresa em me ver, Erdogan?

Ela respirou fundo para aplacar a onda de remorso que surgia em seu peito.

Amor na Capadócia - AMAZONWo Geschichten leben. Entdecke jetzt