Capítulo 09

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Não chore. Não chore. Não chore.
Repito isso diversas vezes enquanto seguro a bebê febril em meus braços.

Pela manhã, Estela estava bem, a tarde ela já dava sinais de cansaço, mas eu idiota, pensei que ela estivesse cansada por passar tanto tempo brincando, e não preste a da 39,2ºC de febre. Engulo em seco quando pego no rostinho da criança, e quando sinto a quentura, volto a sussurra:

— Não chore. Não chore. Não chore.

Esse era o meu modo de me deixar calma. Eu não sabia o que fazer, que hospital ir, se devo ir de ônibus ou pegar um táxi. Estou tão perdida. Estela está quieta em meus braços, fazendo sons incoerentes devido a febre. Sinto meus olhos arderem, eu estou prestes a chorar, mas eu me recuso fazer isso, eu tenho que tomar atitude, afinal, eu sou a guardiã de Estela, eu deveria saber o que fazer. Mas eu não sei, eu não sei de nada, tenho vontade de me dar uns tapas. Eu estou parecendo uma menininha mimada que nunca enfrentou fila para se consulta, mas até meus 14 anos, eu fazia essas coisas acompanhada de minha mãe, e a última vez que fiquei realmente doente, foi aos 17 anos, quando peguei dengue, Cami e Paul apenas me colocaram em um carro e me levaram ao hospital, eu não fiz nada, ou prestei atenção.

— Eu posso fazer isso. — coloco Estela dentro do berço, mas assim que a tiro de meus braços, tenho vontade de pegá-la novamente e deixá-la aquecida em meus braços. Então, quando começo a arrumar a bolsa, sou rápida. Coloco algumas roupas, os documentos de Estela, e por alguma motivo, uma foto dos pais dela, eu precisava pelo menos sentir, que eles estariam lá comigo, que esse medo que estou sentindo vai passar, que tudo vai ficar bem, Estela vai ficar bem, eu vou ficar bem.

Coloco a bolsa de lado e volto ao berço para pega a bebê, a enrolo mais ainda na manta e saio do quarto. Penso que está tudo pronto para minha saída, mas Estela começar a chorar, um choro estridente e cheio de dor, e quando olho para os olhos dela, era como se ela pedisse, " Por favor, faça isso passar ". Então, eu comecei a chorar também.

— Vai passar, eu vou cuidar de você  — colo meu rosto no dela, a quentura de sua pele, juntando com a minha, e minhas lágrimas, a deixam um pouco quieta, mas ainda chorando. — Eu prometo.

Fico alguns segundos assim, então volto a andar com um foco. Encontra um táxi, pergunta onde ficar um hospital infantil, chegando lá, eu conseguiria me virar. Quando dou um passo para fora da sala, uma voz me faz para.

— O que está acontecendo? — Oh não. Pensei que Ben já estivesse saído de casa, segundo ele, ele tinha um compromisso a noite, então se eu precisasse que ele ficasse com Estela essa noite, ele não poderia. Na época pensei: Como se eu fosse precisa dele em um domingo as 22 horas da noite. — Porque Estela está chorando?

Bem devagar, eu me viro.

— Porque você está chorando? — ele se aproximar já com um expressão de preocupação, ele pegar Estela de meus braços, quando pegar no rosto da bebê, levanta a cabeça pra mim.

— Eu, eu … — tenho dificuldade de falar devido a ardência em minha garganta. Eu me recuso a chorar na frente desse homem.

— Ela esta ardendo em febre. — diz o óbvio.

— Eu sei, eu estava … eu estou indo levá-la agora ao hospital.

— De quê?

— Táxi.

— Qual hospital? — abro a boca mas fecho em seguida. Não posso dizer a ele que estava pretendo levá-la ao hospital que o motorista do táxi me deixasse. — Qual hospital, Lola?

— Me dê ela, preciso levá-la agora, essa febre tem que baixar.

— Quantos grau?

— Quase quarenta.

— E você pretende anda por ai, nessa frieza com uma criança queimando de febre? — não respondo — Porque não me aviso?

Olho para suas roupas, não estava usando roupas sociais, mas eram chiques demais para dizer que ele iria apenas a um bar.

— Você esta de saída. — lembro.

— A saúde de minha sobrinha é mais importante. — me devolve Estela com cuidado — Vamos em meu carro, conheço um hospital infantil.

Eu não protesto, apenas o sigo.

✖  ✖  ✖

Eu tenho a mania horrível de roer a unha quando estou nervosa, e no momento eu não estou nervosa, eu estou apavorada.

Ben e eu estávamos um pouco distante, apenas olhando o médico examina Estela, depois de um tempo ele guarda os materiais, arruma Estela e entregar ela a mim — ou talvez eu tenha quase arrancado ela de seus braços.

— O que ela tem? — é Ben que perguntar, já que eu estou ocupada demais fazendo um check-in em Estela, sua febre tinha abaixado um pouco. Respiro aliviada e aperto ela contra meu corpo.

 — A febre não é uma doença, é um sintoma. — o médico começa dizendo — Isso quer dizer que o aumento da temperatura simplesmente mostra que alguma coisa está acontecendo no organismo, o que é um bom sinal. Febre está associada a quadros infecciosos ou inflamatórios e sinaliza que o corpo está em combate. É uma reação do organismo para combater uma infecção. O sistema imunológico libera defesas, que circulam melhor quando a temperatura aumenta no organismo. Funciona como uma defesa.

— Ela vai ficar muito tempo doente? — pergunto.

— Depende de cada organismo, mas vou indicar um remédio para a melhora da pequena ser o mais depressa possível.

— Obrigada. — Ben e eu respondemos em uníssono. O médico vai em sua mesa, anota o nome do remédio e entregar a Ben, agradecemos novamente e em seguida, saímos.

Demos uma rápida passada na farmácia e compramos o remédio que o médico indicou. Já dentro do carro, eu digo a palavra que eu tanto segurei.

— Obrigada. — olho para Ben, e já que paramos no sinal vermelho, ele também olhar pra mim. — Eu não saberia o que fazer sem sua ajuda. Obrigada.

— Eu quero que me prometa uma coisa Lola. — concordo — Se algo acontecer com Estela, qualquer coisa, você me procure.

— Em qualquer hora?

— Qualquer hora.

— E se você estivesse ocupado?

— Qualquer hora, Lola. — ele intensificar a palavra.

— Tudo bem, eu prometo. — ele assenti com a cabeça e volta a atenção para frente — Me desculpe se atrapalhei seus planos de hoje a noite.

Já estava preste a marca meia noite, e uma certa culpa me invade quando penso que atrapalhei a noite de Ben por minha culpa, porque não sei agir de forma adulta quando se trata algo sério.

— Sem problemas.

— Tem certeza?

— Sim, e de toda forma, não era nada importante. — presto atenção em suas palavras, e vendo que ele fez pouco caso, decidi que o assunto morreu ali.

O sinal ficar verde e o carro volta a se movimentar.

LolaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt