4 - Salvação - Royal MC 4 (REPOSTAGEM)

Capítulo 22

Claire

- Não precisava ter feito toda aquela cena no hospital. - Fala o homem.

- Eu queria ter certeza que você viria rápido. - Falo.

- Bem, você conseguiu a minha atenção. O que você quer?

- Que tire Henry do meu caminho, ajudei você por anos dentro daquele lugar Maldito e a única coisa que estou te pedindo é que você acabe com ele. - Digo.

  O homem na mesa abre um sorriso e se levanta, ele para na minha frente e segura o meu rosto com força. 

- Você pode ter ajudado lá dentro, mas aqui fora não tem valor nenhum. Mas eu vou ver o que posso fazer, até lá vai ficar em um dos quartos aqui. - Diz. - E não discuta ou o clube do seu namorado vai acabar ficando na merda. 

  Uma parte de mim quer correr daqui, o meu corpo grita que foi uma má idéia ter vindo pedir ajuda a esse homem. Mas ainda assim eu sei que ele é a única saída que tenho. Por ironia da vida, o homem diante de mim é o meu melhor amigo e também um velho conhecido do clube. O tempo o transformou em alguém duro e a única pessoa capaz de trazer um brilho a ele, se foi. 

- Por quanto tempo? - Pergunto.

- Não muito, apenas tempo o suficiente pra que eu consiga encontrar ele e dar  meu jeito.- Fala.

   Quando ele se vira e faz sinal para que eu saia, eu exito na porta. Posso não ter conseguido o ajudar em tudo, mas eu tentei e preciso que ele saiba.

- Eu lamento ter falhado. - Digo. - Juro pra você que tentei, mas infelizmente não consegui. 

- Isso não é o que vamos discutir, prometo que vou acabar com ele. - Fala. - Você tentou por mim e o mínimo que posso fazer é te ajudar.

  Saber que ele não me culpa é um alívio. Saio do escritório e sou acompanhada pela mesma mulher que me trouxe, até um  quarto. Ele é enorme e tem tudo o que eu preciso, exceto Bishop.

- Ele não te culpa. - A mulher diz quando entramos no quarto. - Na verdade, ele culpa a si mesmo por tudo o que você e Jasmim passaram.

- Não foi culpa dele, Jasmim me disse várias vezes o quanto o amava. - Falo. - Queria poder dizer para onde levaram ela, mas não sei.

- Ele sente que falhou como marido e também como seu amigo.  - Fala. - Muitas coisas ruins aconteceram por causa das informações que você dava para ele.

- As coisas ruins aconteceram por que tinham que acontecer.

  Com isso dito, Iara sai do quarto e me deixa sozinha. O meu primeiro impulso é correr para o meu telefone e ligar para Bishop. Preciso que ele saiba que eu estou bem, assim como preciso saber se ele sente a minha falta.

O problema é que nem tudo é fácil, se eu ligar para o Bishop agora, corro o risco dele vir atrás de mim.

- Devia ligar para ele. - Diz o meu amigo de longa data. - Desculpe pelo meu comportamento no escritório, eu não estava pronto para ter você aqui nessa situação.

- Eu te entendo. - Digo. - Nunca contei à ninguém que você estava por trás das mulheres que fugiram e muito menos que você não era da polícia. 

- Eu sei, me senti um lixo quando aquelas mulheres armaram pra você. - Fala andando pelo quarto. - Queria poder te ajudar, mas aquilo ia colocar em risco tudo.

- Sabe que ela ainda está viva. - Falo.

- Mas a que preço? A essa altura do campeonato, minha mulher me odeia e já deve estar morta. - Diz e pela primeira vez eu vejo o meu amigo chorar.