Capítulo 2

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Erros me avisem!

MÚSICA: The Woods - Hollow Coves

—Quem é você? — me distanciei da coisa, assustada. As lágrimas escorriam pelo meu rosto na mesma intensidade que meu coração palpitava de medo. O homem ou seja lá o que aquela criatura era, aproximou-se lentamente, sem emitir nenhum som, mas exalava a morte. Não dava para vê-lo direito na escuridão, apenas alguns riscos de sua face clareados pela lua cheia. Isso me possibilitou ver seu corpo se contraindo em algumas partes como se estivesse transformando em algo. Neste instante, a voz de Joshua ecoou na minha cabeça, seus gritos... a angustia. Tive vontade de correr, contudo, ainda sentia que o monstro a minha frente observava e calculava cada um dos meus movimentos. — Não me machuque. Por favor...

Os passos dele se tornaram firmes e decididos na minha direção como se fosse me atacar. Levantei as mãos na frente do rosto e fechei os olhos, não queria ver como seria a minha morte. Esperei o ataque fatal, mas ele não veio, a coisa teria desistido? Ergui o olhar devagar e, ela... não estava mais lá.

Tinha simplesmente sumido.

Procurei pelos quatro cantos e não vi nenhum sinal da criatura. Coloquei-me de pé com dificuldades e disparei na direção da luz fraca que atravessava algumas árvores. Me deparei com o carro de faróis acesos, notei a chave ainda na ignição e não pensei duas vezes antes de sair desse lugar infernal o mais rápido possível.

Era impossível tirar dos meus pensamentos o homem, a coisa, a besta, o monstro que matou Joshua e que provavelmente me mataria também. Enxuguei as lágrimas que embaçaram a minha visão com as costas da mão. Eu só conseguia chorar. Ficava cada vez mais difícil conter a torrente de lágrimas que insistiam em cair dos meus olhos.

Por que tudo isso tinha que acontecer?

Meu celular tocou em algum lugar dentro do carro, passei as mãos em todos os cantos sem desviar meu foco da estrada até localiza-lo no porta objetos.

—Amiga? Onde vocês estão?

Jamais me acalmei tanto em ouvir uma voz familiar como agora.

—Carla! — disparei a falar sem conseguir controlar o choro. — E-eu... Nós... Ele matou o... Ele matou... Joshua!

—O que?! Me explica direito! Ele quem?!

—O monstro!

×

Nunca vi tantos policiais reunidos em um só lugar em tão pouco tempo como estavam na frente da minha casa. Eu acompanhava toda a cena pela janela do meu quarto quando alguém bateu na porta.

—Kate. — Minha mãe apareceu encostada no batente da porta, tentando agir o mais natural possível comigo. — Tem um investigador querendo conversar com você.

Concordei com a cabeça e acompanhei-a descendo as escadas até a sala.

Alguns policiais rondavam o jardim com suas lanternas fazendo buscas enquanto outros faziam a vigilância ao redor da casa. Um homem alto de aparência grosseira sobressaiu dentre eles e veio no meu encalço com a mão estendida para um cumprimento. Ele me deu um aperto de mão firme.

—Boa noite Senhorita Thompson. — A voz dele era de tom grave e áspera.

—Boa noite.

Logo, estávamos sentados no sofá. Ele na poltrona de frente para mim. O investigador puxou um bloco de anotações e uma caneta, então me fitou inexpressivo e frio.

O Monstro da Colina [DEGUSTAÇÃO] ✓Where stories live. Discover now