Capítulo 4

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Erros me avisem!

MÚSICA: X Ambassadors - Unstedy (Dylan Dunlap Cover)


—Kate...

Uma voz ecoou na minha mente me chamando de um jeito afetuoso, fazendo-me despertar aos poucos. Ao abrir lentamente os olhos avistei o rosto da minha mãe que estava sentada na beirada da minha cama. Ela sorriu e afagou meus cabelos, carinhosamente.

—Bom dia, meu amor. — Falou, suave. Seu semblante era bem tranquilo. 

Dei-lhe um sorriso, ainda sonolenta.

—Bom dia, mãe.

—Eu vou sair agora. Talvez volte cedo.

Sentei na cama espreguiçando os braços e esfregando os olhos com os dedos.

—Aconteceu alguma coisa?

—Sua tia precisa de ajuda com a mudança pra casa nova e me chamou. — Beijou minha testa antes de ir em direção a porta. — Se cuida.

Vou tentar.

Pela janela do meu quarto, observei-a tirar o carro da garagem e ir embora. Então, meus olhos caíram do outro lado da rua novamente. Exatamente no lugar onde aquela silhueta estranha estava madrugada passada. Se aquela coisa, ou seja lá o que for aquilo, realmente estiver me vigiando, com certeza saberá que estou sozinha em casa. Não posso me entregar de bandeja assim.

Tirei o celular do carregador e fiz uma ligação urgente.

Kate? — Carla atendeu, a voz abafada.

—Está em casa?


×


O dia estava ensolarado e bonito. As crianças aproveitavam para brincar na rua, alguns adultos saíam para trabalhar ou fazer outras coisas. As pessoas me olhavam, mas não pareciam me julgar como das outras vezes. Ter me livrado da morte uma vez, da mão do monstro ou do suposto animal como preferiam dizer, me rendeu uma certa fama local. Meu rosto saíra em praticamente todos os jornais e isso ia completamente contra as minhas regras de passar despercebida nos lugares. Retirei os fones dos ouvidos assim que cheguei na casa de Carla. Parecia ter anos que não a visitava, mas na verdade não passava de semanas. Em todas épocas do ano, as flores do jardim da casa dela ficavam sempre bem cuidadas. Mas aderiam cores mais vivas no verão do que em qualquer outra estação. Além disso, criavam uma entrada bem convidativa para os visitantes.

Assim que apertei a campainha, o rosto dela apareceu na brecha aberta da porta quase que imediatamente. Dei-lhe um sorriso, amigável. Ela simplesmente me puxou para dentro e me abraçou, abatida. Seu olhar tristonho denunciava que estava chorando.

—Você veio na hora certa, Kat. Preciso ocupar minha cabeça com alguma coisa.

Acariciei suas costas.

—Vai ficar tudo bem...

Seguimos para o quarto dela e a primeira coisa que fiz foi me jogar na cama e tirar meus sapatos. Andei quarteirões com eles machucando meus dedos mindinhos. Ninguém merecia isso.

—Desculpe te acordar cedo.

—Eu já estava acordada. Não consegui dormir essa noite. — Me fitou com pesar através do espelho onde se via prendendo o cabelo. — Estava pensando em... — Encolheu os ombros. — Bem... Olha essas olheiras! Nem cinco camadas de base consegue consertar isso aqui! Estou péssima e essa é a verdade.

O Monstro da Colina [DEGUSTAÇÃO] ✓Where stories live. Discover now