Capítulo 32

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Com a pasta a sua frente e uma caneta em mão, ela olhava fixamente para aqueles documentos. Sua decisão havia sido tomada. Assinaria o divorcio e Alfonso teria que entender e reconquistar sua confiança aos poucos.

Não poderia voltar com ele, pois não confiava mais, e um relacionamento sem confiança não dava certo. Sabia que com o divorcio assinado Alfonso brigaria pela guarda das filhas, coisa que ele tinha ameaçado muitas vezes, tentando a intimidar. Mas Anahí tinha certeza de que ninguém tiraria as suas filhas. Nenhum juiz em são consciência separaria elas da mãe.

Após assinar todas as folhas, fechou o envelope. Saiu do escritório aliviada, como se tivesse tirado um peso das costas.

Anahí: Mãe, você pode se encarregar de deixar isso no correio pra mim? – disse alcançando o envelope pardo para a mãe.

Alice: O que é isso? – questionou olhando o envelope em suas mãos.

Anahí: Eu assinei... Não sei se fiz o certo, mas não confio mais nele mamãe... – suspirou.

Alice: Eu tenho certeza que tomou a melhor decisão – tocou no ombro da filha e lhe deu um beijo terno na bochecha – e José?

Anahí: Não sou digna do amor dele... A única coisa que nos une é a Julia e o Arthur...

Alice: José não pensa assim...

Anahí: Não vou discutir outra vez sobre isso – falou balançando a cabeça negativamente.

Deu as costas e subiu para o quarto, segurando as lágrimas. Estava tudo acabado. Estaria sozinha, sem uma pessoa do seu lado, não teria mais noites de amor nem nada. Viveria daquele dia em diante para os filhos.

Se o destino pregasse alguma peça, talvez um dia poderia voltar com Alfonso, ou casar com José. Mas no momento sentia que precisava ficar sozinha.

Dois dias depois Alfonso recebeu o envelope com o divorcio assinado. Entrou em desespero. Agora sim havia a perdido para sempre. Ele era o único culpado, nunca deu valor ao amor que recebeu de Anahí. E teve medo do amor que sentia por ela. Sim, ele a amava mais do que tudo e todos. Cometeu vários deslizes. Estava arrependido e decidido a correr atrás do prejuízo. Não se daria por vencido. Anahí voltaria a ser dele, nem que tivesse que esperar por mais três anos. E ali começariam tudo outra vez. Ele, Anahí, Manuela, Sophia e os gêmeos. E seriam uma família.

José por sua vez, já esperava aquela atitude de Anahí. Ela jamais se perdoaria por ter sido infiel a ele. Por mais que tivesse a alertado de que havia colocado uma pedra sobre tudo, Anahí não se sentia digna do amor dele. Como sempre fizera tantas e outras vezes, a respeitaria, e estaria ali, a esperando se ela decidisse voltar para ele. Deixaria tudo nas mãos do destino.

Anahí andava pelo parque com as crianças. Empurrava os gêmeos no carrinho enquanto Manuela e Sophia iam andando na frente, tomando sorvete. Suspirou, desejando ter alguém do seu lado, para ser uma família perfeita. Fechou os olhos por um momento e imaginou Alfonso do seu lado direito, e José do seu lado esquerdo. Abriu os olhos rindo do que acabara de pensar e imaginar. Seria audácia ela desejar ter os dois ao seu lado? Anahí e seus dois maridos? Uma ideia tentadora que talvez ela colocaria em pratica. Um o oposto do outro. José é calmo e carinhoso, Alfonso mais grosso e estupido. Ergueu o olhar e viu os dois na sua frente, abraçando Manuela e Sophia. Balançou a cabeça, mas a imagem dos dois a sua frente continuava. E o pior, eles vinham em sua direção. Fechou os olhos com força e voltou a abrir. Os dois permaneciam ali, agora mais perto e sorriam. Então esfregou os olhos, apertou as têmporas. José e Alfonso pararam a sua frente sorrindo.

- Oi Any! – os dois falaram em uníssono.

Ela voltou a cerrar os olhos e balançar a cabeça. Mas os dois não desapareciam.

José: Estamos aqui meu amor!

Alfonso: Esta difícil de acreditar que estamos aqui pequena?

Os dois não paravam de sorrir. Anahí acreditou estar enlouquecendo. Aquilo era demais.

Anahí: NÃO! ISSO NÃO É REAL! – gritou.

Alguém a chacoalhou. Abriu os olhos e se deparou no seu quarto. Fora um sonho. Olhou sua mãe ali a olhando assustada. Sentou-se na cama e levou as mãos no peito. Seu coração batia acelerado.

Alice: Calma filha, deve ter sido um sonho ruim – sorriu para ela – você tem visitas... adivinha? – Anahí fez um gesto para que a mãe prosseguisse – Alfonso e José estão na sala, querem te ver. Por incrível que pareça, não brigaram, foram gentis um com o outro, acredita?

Anahí olhou para a mãe com os olhos arregalados. Se deu um beliscão. Aquilo deveria ser outro sonho. Alice olhava a filha sorrindo, tentando entende-la. Anahí estava assustada.

Se jogou de volta na cama. Ela tivera uma premonição? Os dois juntos, sem brigas, dispostos a dividi-la? Aquilo era muito surreal.

Um choro a fez despertar. Estava deitada na cama, suando. Procurou a mãe pelo quarto e não a encontrou. Estava sonhando e nesse sonho havia sonhado com aquilo. Gargalhou alto com aquele absurdo e com um sorriso nos lábios foi até o quarto dos gêmeos.

Manuela e Sophia estavam sentadas no chão, brincando com os gêmeos. Anahí se encostou na porta e observou as quatro pessoas a sua frente. Não precisava de mais nada para ser feliz além daqueles quatro seres especiais.


xxxxxxxxxxxxxxxxxFIM! xxxxxxxxxxxxxxxxx 

Empezar Desde Cero (Mini)Where stories live. Discover now