Purple

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Notinha: Estou retirando todas as outras notas da história pois elas não são mais necessárias e também para facilitar a leitura de vocês.

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Por que nós não podemos ser como eles?

É a única coisa que se passa na cabeça de Louis ao que ele assiste Liam e Zayn abraçados na pista de dança.

A verdade era que eles nem sequer tinham nada. Mas olhando para Harry sendo prensado na parede do pub, sorrindo e envolto pela neblina embriagada do bar, seu pescoço pálido sendo mordiscado por Nick, ele sente seu coração quebrar mais um pouco.

- Hey cara, tá tudo bem? - Niall pergunta, sempre querendo o bem estar das pessoas antes de pensar no próprio.

- Tudo, Nialler, é só que... - Louis respira fundo e deixa seu olhar escorregar até Harry novamente. - Eu to cansado, sabe? Acho que vou para casa.

Niall ainda tenta protestar, mas Louis só se levanta de onde está sentado e anda até o balcão para pagar a única cerveja que tinha consumido, ignorando o flerte do barman.

Seus pés são eficientes em levarem-no até seu dormitório em segurança, desviando dos eventuais universitários bêbados e jogados no jardim do campus.

Seus três lances de escada com um corredor estreito e meio fedido parecem-lhe bem acolhedores. O lugar era legal. Tinham dois sofás gastos, onde ele costumava passar suas manhãs assistindo a televisão grande em sua parede e um tapete felpudo onde ele gosta de deitar em noites frias enrolado em seus cobertores, esperançoso para que Harry decida aparecer e fazer-lhe companhia.

Ele tira os vans dos pés na entrada da pequena sala e leva-os até seu quarto. Era o primeiro quarto do corredor de três portas; a segunda sendo o banheiro de azulejos encardidos e uma banheira pequena e a terceira era o quarto do Styles.

O estado mais decadente em que Louis poderia se encontrar eram nas noites em que o cacheado resolvia trazer o namorado e os malditos sons que perseguiam-no pelo resto da semana.

Louis deveria superar sua paixonite, certo? Mas acontece que não é uma paixonite. Era um caso crônico de amor não correspondido e bolas azuis. Por que sim, Louis estava com um tremendo caso de bolas azuis.

Louis e Harry se conheciam por, pelo menos, cinco anos agora. Louis lembra-se de seu primeiro dia de aula numa escola nova em seu segundo ano do Ensino Médio.

Estava atrasado, para variar, e sua mãe não acertava o caminho para a escola de Lottie, Fizzy e as gêmeas. O que resultou num Louis Tomlinson de bochechas coradas e franja bagunçada interrompendo a aula na metade e chamando a atenção que não queria em cima de si.

Ele bufa discretamente ao que nota os olhares julgadores em seu pequeno corpo, magro e curvilíneo e então se vira para o professor.

- Desculpe pelo atraso, cidade nova. - Ele ainda tenta sorrir, o que só é ainda mais estranho visto que seus lábios claramente não concordam com seu cérebro.

- Sem problemas. - O homem sorri e vira-se para a turma. - Se apresente e sente-se em algum lugar.

- Louis Tomlinson. - É a única coisa a sair de seus lábios, uma vez que não se sentia acolhido ali.

- Hey Louis, sente-se aqui, cara! - No fundo da sala ele consegue distinguir do monte de moletons idênticos - não que ele julgasse, ele até tem um parecido - uma cabeça loira claramente com os fios tingidos.

Ainda contrariado inicia seu caminho sentindo olhares em suas costas e apressa-se para se sentar.

- Eu sou o Niall, você é novo? - o tal Niall parece elétrico. Quem tinha aquela disposição às oito da manhã?

Why Can't We Be Like That (Cause I'm Yours) - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora