Olá, eu sou a Petra. Sou jornalista de investigação e professora de dança. Sou uma mulher muito independente e não tenho problemas em dizer o que penso. O meu defeito? Paciência. Principalmente para o meu "aminimigo" Nev Schulman. Já lhe dei tanto c...
"O que é que ele faz aqui?" – perguntou-me Mitchel ao meu ouvido.
"Tirar mais umas fotos." – disse e afastei-me do Mitchel que me pareceu não muito feliz com a minha resposta. – "Vou só mudar de roupa para ficar mais à vontade?"
Nev P.O.V.
A Petra saiu e ficou um silêncio bastante constrangedor que eu decidi quebrar.
"Se quiseres podes ir fazendo alguns passos e eu vou te tirando umas fotos individuais." – propus levantando a minha câmara, mas ele não se mexeu e riu-se. – "Está tudo bem?" – questionei-lhe baixado a câmara de novo.
"O que é que fazes aqui?" – ele perguntou aproximando-se de mim e cruzando os braços.
"Então... Vim tirar as fotografias. Que mais poderia vir eu aqui fazer?"
"Podes enganar a Petra, mas a mim não enganas."
"Desculpa?" – falei franzindo o sobrolho um pouco confuso com a conversa dele.
"Ela não está interessada. Sê inteligente e desiste."
Tive alguma vontade de rir, mas não o fiz. Em vez disso disse com ele já de costas. – "Que eu saiba ela também não está interessada em ti, portanto, tu não te devias meter."
Ficou um silêncio e apenas o ouvi a fazer uma respiração mais profunda. De repente ele virou-se para mim e começou a vir na minha direção a grande velocidade. Tenho de admitir que fiquei com medo. Não gosto de violência e sabia que com ele era provavelmente um caso perdido. Eu sou forte, mas ele é mais e mais alto que eu. Ele já estava a um passo de mim quando a Petra entrou na sala e ele afastou-se rapidamente.
"Então Mitchel? Pensei que tivesses ficado a ensaiar." – disse ela pondo o cabelo encaracolado para trás.
"Estava só a ver umas fotos que o Nev tirou dos alunos. Ele tem mesmo jeito. Eu não percebo nada de fotografia." – falou Mitchel voltando ao seu lugar.
"Não se pode ser bom a tudo." – disse eu com um sorriso amarelo.
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Petra sorriu para nós e fez um aquecimentodando saltinhos de um lado para o outro e depois começou a dar saltos e a fazermovimentos mais complicados e espetaculares. Eu aproveitei para mais umasfotos. Afinal, era para isso que eu estava ali.
Assim que ela acabou de aquecer eles começaram a dançar. Eu tirei apenas algumas fotos pois estava preocupado em reparar se sabia os passos do Mitchel de cor e fiquei surpreendido por me aperceber que os conseguia antecipar a todos. Quem me dera poder-lhe mostrar o que consigo fazer. Mas a verdade é que não sei como nem acho que teria a coragem para o fazer.
Eles acabaram e abraçaram-se felizes com o bem que tinha corrido apesar do pouco tempo de ensaios juntos.
"Eu peço desculpa, mas tenho mesmo que ir embora porque ainda nem vi a minha família." – disse Petra largando o Mitchel e indo direita a uma toalha que usou para limpar o suor da cara.
"Eu acompanho-te até casa." – ofereci e Michel olhou rapidamente para mim com a testa franzida.
"Eu também posso se quiseres." – ofereceu ele também.
Ela virou-se de repente e ficou a variar o olhar entre nós como se nos estivesse a comprar para poder escolher o melhor.
"Eu vou a correr, portanto, vou sozinha." – acabou por dizer e virou costas até à porta onde parou e voltou a virar-se para nós. – "Mas obrigada aos dois. Tenho mesmo que ir."
Ela saiu e deixou-me sozinho com o Mitchel. Tenho que admitir que fiquei um pouco nervoso com isso. Ainda mais quando ele ficou parado a olhar para mim com uma expressão de puro ódio. No entanto, o olhar foi o seu único ato. Depois disso ele agarrou nas suas coisas e também saio sem dizer uma palavra.
Petra P.O.V.
Entrei a porta de casa e a minha família estava na sala em silêncio á exceção da minha mãe que estava ao telemóvel. Como estavam todos tão atentos à chamada eu decidi permanecer em silêncio até ao fim da chamada.
"Olá!" – exclamei entusiasmada assim que a minha mãe desligou a chamada.
"Filha! Que bom que chegaste! Tenho uma ótima notícia para ti!" – falou a minha mãe com grande entusiasmo e eu parei a olhar para ela. – "O resto da família vem assistir à festa da tua escola!"
Eu arregalei os olhos e questionei. – "O resto? Que resto?"
"Avós, tios e primos." – ela respondeu com um grande sorriso e eu tive que sorrir também. – "Há algum problema filha? Não me pareces muito feliz com a notícia."
"Não é isso mãe. Acho ótimo para a escola que eles venham porque quantos mais melhores, mas fiquei um pouco nervosa, só isso."
"Petra, filha, sabes bem que não tens razões para isso."
"Eu sei, mas acho que é de nos estarmos a aproximar da data."
"Filha..." – disse a minha mãe aproximando-se de mim e pousando a sua mão no meu ombro. – "Vais ser esplêndida. Como sempre." – acalmou-me ela com um sorriso caloroso.