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Lucas

A marca em seu rosto denunciava que tinha sido agredida por ele. Isso era fato. Ela havia tentado esconder, mas não esperava que eu estivesse no meio da sua sala. Pensei em perguntar, mas achei melhor ficar calado. Seu olhar denunciava que ela negaria a resposta.

Minha missão era apenas segui-la a onde quer que fosse, e isso se limitou à academia, a qual não me deixou entrar. Como eu iria fazer sua segurança sem saber o que estava atrás da porta?

Sem ter nada para fazer, fiquei sentado do lado de fora aguardando a boa vontade de a majestade sair.

Quando ela saiu, estava suada e seu cabelo havia voltado a cobrir seu rosto, o que me levou a questionar o que ela tinha feito para ser espancada. Até onde eu sabia, ela era sua pupila, ele deveria protegê-la e não o contrário.

Passamos por vários becos, onde vários bandidos montavam vigília, conversando e tramando diversão logo mais a noite no baile funk. Todos olhavam para Thay, demonstrando respeito, embora alguns não demonstrassem tanta simpatia assim. Parecia que ela não era querida por todos.

Thay ignorava os olhares, acostumadas a ser tratada daquela maneira ou porque apenas não se importava ao ponto de parar e questionar o que estava acontecendo. Percebi que havia algo nela, misterioso, que a impedia de agir normal.

Precisava descobrir o que era. Descobrir seu ponto fraco seria de grande ajuda.

Quando chegamos a sua casa fui barrado na porta. Sua mão tocou meu peito, impedindo que eu desse algum passo.

— Está dispensado por hoje. Não pretendo sair de casa, então pode ir embora.

— Falcão disse para que eu fique onde eu possa ficar de olho em você.

— Estou na minha casa. Qual o maluco que se arriscaria tocar em mim aqui dentro?

— Acha que não tem pessoas que não gostam de você e que possam aproveitar a oportunidade para machucá-la?

— Tenho plena consciência que não sou amada por todos. Não preciso do amor de ninguém. Preciso de respeito. Nenhum deles arriscaria perder a vida tocando em mim.

— Os outros não podem tocá-la, mas essa lei não funciona para o Falcão – me atrevi a falar.

— Você também deveria ter amor por sua vida. Falcão não ficaria feliz em saber que meu novo cão de guarda está colocando suas garras de fora.

— Não tenho medo dele.

— Deveria ter. Homens já morreram por menos que isso.

— Você se importaria se eu morresse?

Thay riu e então entrou em casa deixando a porta aberta.

— Seu atrevimento não vai te levar a lugar nenhum – disse enquanto seguiu para a cozinha.

Fiquei na sala, esperando ela voltar.

— Ainda está aí? – perguntou quando me viu sentado no sofá.

— Preciso ficar.

— Ok – disse dando de ombro – como cão de guarda, não prefere ficar deitado do lado de fora da porta do meu quarto?

Sem falar mais nada seguiu para seu quarto. Fiquei observando o seu andar, em como sua bunda ficava linda naquela roupa.

Sacudi a cabeça e me recriminei por ficar pensando no corpo da mulher do chefe.

O destino de nós doisWhere stories live. Discover now