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Lucas

Fiquei puto quando Thay entrou para o quarto e bateu a porta. Minha vontade foi invadir e lhe dar uma boa lição. Que garota mais difícil de lidar. Estava na cara que estava assustada, vivendo com medo de Falcão, mas mesmo assim, ainda gostava de bancar a valente.

Fui ao banheiro e joguei água no rosto para ver se eu me acalmava. Estava sendo um teste de resistência estar ao lado dela.

Quando embarquei na missão, achei que meu maior trabalho seria suportar a presença de Falcão, mas depois de ver e beijar Thay, eu descobri que tinha entrado no meu inferno particular.

Não nos encontramos pelo restante da noite. Por volta de meia noite, Falcão voltou para casa e me dispensou depois de perguntar por Thay. Passei as informações e segui para casa.

Tomei uma ducha gelada e caí na cama só de toalha. Agora que estava em um lugar decente e sozinho, poderia ficar a vontade. Peguei meu celular da mochila e mandei por mensagem o ponto de encontro e o horário da troca. Lídia apenas me respondeu com um "ok" e depois desliguei o aparelho, voltando a jogar dentro da mochila.

Tive uma noite conturbada, com Thay invadindo cada sonho que tive. Pela manhã, quando cheguei em sua casa, ela já estava pronta, sentada na sala. Estava usando legue branca, top rosa, seus famosos all star e seus cabelos presos em uma trança lateral.

— Nem se dê ao trabalho de sentar. Vamos sair.

— A onde vamos?

— Academia. Estou tensa e preciso dar um jeito nisso – disse passando por mim.

Ignorou-me durante todo o percurso. Também não fiz muita questão de conversar. Evitei ficar atrás dela, porque a visão da sua bunda estava acabando comigo.

Seguimos lado a lado, sempre olhando para todos que passavam por nós. Metade dos caras que cruzamos, tinham uma mistura de raiva, admiração e desejo sobre Thay. Aquilo me incomodou, só não imaginei o porque.

Como da primeira vez, ela não me deixou entrar. Fiquei que nem idiota aguardando seu retorno duas horas depois. Estava toda suada quando passou por mim.

— Vamos passar no mercado, estou com vontade de comer lasanha e não tem massa lá em casa – disse sem me dirigir o olhar.

O lugar era apenas uma pequena venda. Dois senhores tomavam conta do lugar. O senhor estava sentado em uma cadeira vendo TV, enquanto a senhora estava no caixa, que tinha visão para a rua.

— Bom dia Judith.

— Thay, minha querida, está sumida, hein? – disse pegando a mão dela e acariciando.

— Ocupada demais, sabe como é...

Thay sorriu para a senhora e percebi que elas tinham um carinho entre elas.

— Veio comprar massa para lasanha?

— Como adivinhou? – Thay sorriu ainda mais.

Ainda não tinha tido a oportunidade de vê-la em contato com alguém que não fosse os traficantes de Falcão. Parecia até uma garota visitando um parente.

— Você adora lasanha e só compra aqui, mesmo tendo outros lugares bem maiores.

— Gosto daqui, e principalmente, gosto da senhora e do seu Jorge. Como ele tem passado? – perguntou dirigindo um olhar para o velho assistindo TV.

— Cada dia mais ranzinza, coisa de velho.

— Estão precisando de alguma coisa?

— Estamos bem minha querida. A venda caiu um pouco, mas está dando para colocar comida na mesa.

O destino de nós doisOnde histórias criam vida. Descubra agora