Capítulo 18

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Moisés narrando

Apesar de estar fraco, sem apetite e com febre algumas vezes, eu não estava ligando muito para essa gripe. Eu tomava um remédio para febre e estava tudo bem!

Após Anna ver minha temperatura pela milésima vez e perceber que eu não estava com febre ainda, ela sai do quarto falando que iria fazer algo para que eu coma.

Moisés:- Eu não estou com fome, pequena.

Anna:- Mas você precisa comer algo agora! Você não pode ficar se alimentando mal durante uma gripe. Vou fazer um lanche caprichado para você!

Ela beija meu rosto e sai do quarto. Assim que escuto passos longes, solto um gemido. Eu estava muito indisposto. Como eu costumava dizer quando pequenino, "enjoadinho". Eu só queria ficar na cama, encolhido mas todo largado.

Eu só precisava descansar um pouco. Eu ficaria bem. Logo ela volta para o quarto, mas só ouço seus passos. Permaneço de olhos fechados, cansado.

Anna:- Ei, lindo. Você precisa se alimentar!

Moisés:- Eu só preciso descansar.

Anna:- Amor, eu não vou deixar que você fique sem se alimentar direito!

Moisés:- Estou indisposto... Não quero comer.

Anna:- Tome só o suco de laranja. Vai ser bom para você.

Abro os olhos e vejo uma bandeja com um sanduíche e um copo de suco. Meu estômago ronca de repente e eu percebo que preciso mesmo comer.

Moisés:- Eu vou comer, mas só para lhe fazer feliz!

Anna:- Melhor assim!

Ela põe a bandeja nas minhas pernas e eu começo a comer. Eu estava realmente com fome e, quando ela viu que eu comecei a comer desesperado, ela sorriu e passou a mão no meu cabelo.

Pela primeira vez, desde meus dezessete anos, senti como se minha mãe que me amava estivesse ali comigo. Era boa essa sensação. Após comer tudo, ela deixa a bandeja no chão e acomoda-me na cama.

Moisés:- Fica aqui comigo?

Anna:- Claro! Só vou para casa mais tarde.

Ela deita-se ao meu lado e eu deito em seu peito. Finalmente eu poderia sentir como era bom deitar no peito da mulher que amo e esquecer de tudo. Esquecer que eu estava gripado, esquecer dos meus problemas... Esquecer o mundo!

Depois de alguns minutos de cafuné, acabei dormindo ainda deitado no peito dela.

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Acordo horas mais tarde esperando ainda estar deitado no peito da Anna, mas encontro o vazio ao meu lado. Começo a tremer um pouco com frio e olho ao redor do quarto.

Moisés:- Anna?

Levanto da cama tremendo um pouco e vou andando pela casa procurando por ela. Encontro-a na sala assistindo televisão.

Moisés:- Amor?

Anna:- Ah, oi! Deixei você lá dormindo e vim para a sala para não lhe acordar com a televisão.

Moisés:- Poxa, levei um susto quando não a vi na cama.

Ela vem até mim e põe a mão na minha testa. De repente, ela arregala os olhos e levar-me para o quarto.

Anna:- Moisés, você está com febre.

Moisés:- Como outras quinhentas vezes hoje.

Anna:- Cadê os remédios que você está usando?

Aponto para a cômoda e ela pega um comprimido para febre. Sai do quarto e logo volta com um copo de água.

Anna:- Beba.

Somente obedeço e bebo a água toda engolindo o comprimido. Ela faz-me deitar mas resisto.

Moisés:- Anna, fique calma! Eu só estou com um pouquinho de febre.

Como eu estava com indisposição, mais a febre, eu estava falando como se fosse um bêbado! Isso era péssimo.

Anna:- Mas eu fico preucupada, amor.

Ela baixa a cabeça e para de fazer todas as coisas. Sento-me na cama e puxo-a para mim.

Anna:- Você está muito quente...

Moisés:- Deixa isso, amor. Por que você se preucupa com uma simples febre?

Anna:- Porque eu não sei se essa simples febre é uma simples gripe!

Moisés:- E se for? E se for só uma gripe? Você não precisa se preucupar tanto com uma febre. Eu estou bem!

Anna:- Eu fico preucupada com as pessoas que amo. Eu tenho medo do que possa acontecer. Eu já tive uma adolescência muito traumática.

Moisés:- Mas está tudo bem. Eu prometo que se eu piorar eu vou ao médico. Mas não precisa se preucupar tanto, está bem?

Anna:- Está bem. Desculpe-me.

Beijo sua cabeça e a abraço forte. Fico fazendo cafuné e dizendo que eu iria ficar bem.

Moisés:- Não precisa se preucupar...

Anna:- Desculpe-me, eu fiquei com medo...

Moisés:- De quê?

Anna:- De perder você... Quando eu tinha 10 anos, pedi meu avô. Desde os meus dez anos eu fui acostumada a perder familiares. Durante os dois anos seguinte, eu perdi sete pessoas que um dia eu falei que eram da minha família.

Moisés:- Poxa... Eu sinto muito.

Anna:- E quando eu tinha treze anos... Quase perdi mais dois primos numa briga com meu padrasto. E o pior, é que se eles tivessem mesmo morrido... Minha avó iria estar culpando-me até hoje...

Moisés:- Creio eu que você não teve nada haver.

Anna:- Não tive mesmo. Ela que amava infernizar minha vida.

Moisés:- Amor, independente do que venha a acontecer, eu estou e sempre estarei do seu lado! Sempre vou estar aqui para lhe ajudar! Mas eu vou ficar bem. Minha febre já está passando.

Anna:- Então, acho melhor você tomar um banho morno.

Moisés:- Está bem. Eu vou e já volto.

Dou-lhe um beijo rápido e saio do quarto. Pego minha toalha na sala e vou para o banheiro. Tomo um banho morno rápido e volto para o quarto.

A primeira coisa que vejo, é Anna dormindo na minha cama. Vou até ela e ajoelho-me a sua frente. Seria muito bom acordar ao lado dela todos os dias, pelo menos durante essa gripe, e não ter a necessidade de sair cedo para não ser visto.

Moisés:- Você não sabe o quanto eu amo você!

Levanto-me, visto só uma cueca e deito-me ao lado dela. Eu estava sem sono, só queria ficar ao lado dela, grudadinho. Esse era o meu melhor remédio!

Diferentes Mas IguaisWhere stories live. Discover now