07. Susto

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CORRO PARA onde o barulho vem e eu espero que seja a Lori

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CORRO PARA onde o barulho vem e eu espero que seja a Lori. Afinal, quem mais seria, Clary? Não é possível que essa garota prometeu para mim que cuidaria da mamãe e saiu para beber. Como é possível quebrar uma promessa tão fácil? Olho e vejo a porta se fechando, cabelo loiro amarrado e roupa de usar em casa: a Lori não havia saído para beber.

— Aonde você estava, louca. Me deixou preocupada — murmuro. — Você sabe que não pode deixar a mamãe sozinha, você sabe, me prometeu que iria cuidar dela, Lori. Aonde você estava?

— Calma, mana. — Ela tranca a porta e eu vejo que tem uma sacola em sua mão. — Vamos para a cozinha, tenho uma coisa que você vai gostar.

— O que é isso, Lori? — Ela larga a sacola em cima da mesa e eu vou olhar. — Aonde você achou isso uma hora dessas? Lori, bolo você pode fazer amanhã, comprar as coisas amanhã, olha o que você podia ter feito com a mamãe, garota.

— Desculpa, não grita comigo, Clary. Eu estava conversando com a mamãe e ela me disse que sentia falta de comer bolo de milho. Então eu disse que ia dar um jeito. Não faço mais isso. Eu só estava tentando ajudar.

— Lori, você pode ajudar quando quiser, mas tenta fazer isso quando tiver alguém em casa que possa cuidar da mamãe, está bem? — Abraço ela. — Vem, vamos dormir. São três horas, preciso acordar cedo e ir trabalhar.

— Eu posso cuidar da mamãe amanhã? Por você?

— Pode, mas, pelo amor de Deus, não saia sem me ligar, ou fale com a Violet ou com a Dora. Elas sempre dão uma olhada se precisar.

— Tudo bem. Boa noite, mana. — Ela me dá um beijo na testa.

— Boa noite, querida.

Vou para o quarto, tiro esse vestido azul e coloco no cesto de roupas — inclusive amanhã é dia de lavar roupas. Tiro todos os enfeites do cabelo e passo água quente no rosto para tirar a maquiagem. O ótimo é que eu preciso acordar em três horas. Eu entro só as oito, mas preciso levantar às sete porque eu preciso dar café para a mamãe, tomar banho, levar a roupa na lavanderia e pegar o metrô para o trabalho.

Acordo como no dia da minha formatura, a diferença é que eu dormi às cinco da manhã e acordei às nove da noite. Aqui eu não dormi nem quatro horas. Porque além de eu ter demorado séculos para dormir, eu me assustei com qualquer barulho vindo de fora.

Levanto da cama e tomo um banho gelado, seco o cabelo e faço um rabo de cavalo, coloco o meu uniforme verde água com vermelho, os meus sapatos e pego a minha bolsa.

Vou para o quarto da minha mãe e faço tudo aquilo que eu faço todas as manhãs: remédio, pano molhado pelo corpo e tudo mais que ela precisa. Pego as roupas em todos os quartos e coloco numa espécie de baú, que eu levo toda terça para a lavanderia. Recolho as roupas da minha mãe e as minhas, quando eu chego no quarto da Lori, suas roupas cheiram a suor e algumas a álcool puro, me dá até ânsia. Recolho as roupas de qualquer jeito e coloco no baú.

— Bom dia. — Coloco o baú ao lado da mesa e me sento à frente da Lori.

— Bom dia, mana. — Ela roda a xícara na mão e sorri.

— Lori, você me promete que vai parar de beber, ou ao menos parar de infestar a casa com esse cheiro de álcool. Me desculpa, mas é quase insuportável, hoje eu peguei as suas coisas no cesto e o álcool está quase corroendo as suas roupas.

— Eu sei que você se preocupa...

— Lori, não é nem por mim, é pela mamãe, esse cheiro pode causar algum problema, ou talvez até piore. Por favor, mana, me escuta, tente parar de trazer isso aqui. Não vai fazer bem para a mamãe. E se você quer ajudá-la você tem que parar com isso, me entende? — Passo a mão por cima da mesa e pego a dela.

— Eu juro que vou fazer o máximo possível.

Olho no relógio e eu preciso pegar o metrô em menos de cinco minutos se não eu vou chegar mais uma vez atrasada. E como disse meu chefe: mais uma dessas e você está despedida, Clary Highgate. Então corro para deixar as coisas na lavanderia e pego o metrô no último minuto.

Tudo o que eu menos quero, e nem posso, é ser demitida do que é a minha única fonte de renda, a única coisa que sustenta aquela casa, já que l Jack falou com a mamãe pela última vez há uns dois anos, ele falou por telefone que ajudaria a gente todo mês, com o que pudesse pagar, mas pelo jeito ele mentiu, faz mais de dois anos e nenhum sinal dele. A Lori não trabalha, tem vinte anos, se formou no ensino médio, mas não liga e nem quer fazer faculdade. Eu espero que ela se livre da bebida e do sexo e arranje um emprego, já que ela quer tanto assim ajudar a mamãe: que arrume um emprego e ajude à arcar com os gastos. Dinheiro para sair todas as noites e encher a cara ela tem, mas para comprar um remédio para a mamãe que é bom, nada.

Eu trabalhei muito para ter o que eu tenho hoje, não é o melhor trabalho do mundo, muito menos com o melhor salário do mundo, mas pelo menos eu consigo pagar as contas da casa — que é o único imóvel que nós temos, a casa própria da mamãe —, eu que pago a lavanderia, trabalho oito horas por dia, passo três horas no metrô e limpo a casa. Quase não tenho tempo para mim. Eu só espero que esse casamento seja uma boa forma de tirar a minha mãe desse buraco que ela está vivendo.

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Contratada Para Amar | concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora