2.800 palavras
Não se esqueçam de comentar e favoritar se gostarem do capítulo, obrigada!
— Você não ia me contar sobre o seu aniversário? — peço, assim que entramos no carro.
— É lógico que eu ia, é que eu não me toquei que estava tão perto. Sério, isso já aconteceu algumas vezes. — Ela me olha triste. Não sei se é possível alguém esquecer o próprio aniversário. — A culpa não é minha se nós fomos obrigados a nos conhecermos! — grita.
— Desculpa... — Ela cruza os braços e vira para a janela. — Eu também não estou aqui porque eu quero não, tá bom, Clary. — Se tem uma coisa que eu odeio é briga. Então ouço ela suspirar profundamente e dou partida no carro.
O caminho é completamente sem fala, coisa que eu odeio quando acontece. Às vezes a música do rádio aumenta por causa do estilo, mas é baixa o suficiente para escutar os suspiros dela de vez em quando.
Chegamos no apartamento, tiro o casaco e coloco no cabide do guarda-roupas, enquanto ela está sentada na cama tirando os sapatos e a meia calça. Eu não sei porque ela está tão brava assim, foi ela quem começou. Tudo bem que eu não disse nada para acalmá-la, mas ela começou. Ah, quer saber, isso já está parecendo briga de criança.
— Clary...
— O quê? — Ela se levanta na mesma hora, acho que é para vir em minha direção, mas ela coloca os sapatos na sapateira e vai para a frente dos espelho do banheiro; tirando a maquiagem.
— Será que você pode olhar para mim quando a gente estiver conversando?
— Eu não estou conversando com você. — Passo a mão na testa. É claro que não está, penso.
— Olha, não aja como uma criança, nenhum aqui, além do nosso filho, é uma criança. E a gente não devia nem estar conversando sobre isso...
— Então por que estamos?
— Eu só pedi para você lá no carro o porquê de não ter me contado sobre o seu aniversário. É só isso, mas pelo jeito, porque você precisa dar satisfações para mim, não é? — Saio do quarto e vou até a varanda.
Nem um minuto depois sinto passos atrás de mim. Só é possível ouvir o assobio do vento passando por nós. Os passos aumentam. Ela fica ao meu lado, com as mãos na barra e olhando para frente.
— Quando eu e os meus irmãos éramos pequenos, a Lori era a única de nós que tinha festas. Só ela. Eram tão lindas. Eu e o Jack nunca tivemos. Para não dizer que não, às vezes, quando o meu pai não vinha para casa, a minha mãe comprava um bolo. Só isso, nada mais. Isso aconteceu em dois anos eu acho. E quando eu fiz treze anos eu apanhei no dia do meu aniversário, assim como em alguns outros. — Lágrimas começam a escorrer pelo seu pescoço. — Sabe, Mike... — Ela me olha. — Eu passei anos e anos tomando decisões na minha vida. Imagina só, com quinze anos eu decidi que não me casaria, porque eu achava que todos os maridos seriam para mim como o meu pai era para a minha mãe. Eu não queria ter filhos porque eu tinha medo que o meu filho e eu apanhássemos. Eu não queria festas de aniversário ou que o meu dia fosse lembrado porque eu só tinha lembranças ruins deles. — Ela olha para a frente e inclina a cabeça, respirando fundo. — Sabe, eu acho que eu ajo como criança porque os meus medos são sempre lembrados, em toda situação do meu dia me lembra algo contrário na minha infância.
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Contratada Para Amar | concluída
RomancePode a vida de uma garota virar de cabeça para baixo por causa de um pequeno contrato? Podem as pessoas da sua própria família se virarem contra você? A resposta para essas e mais perguntas é sim. A vida de Clary Highgate vira de pernas para o...