02 - Weird Stuff

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Foi tudo muito rápido.

Estava andando normalmente pela rua tinha acabado de sair de uma entrevista de emprego que meu pai solicitou pra mim. De repente um carro em alta velocidade vinha em minha direção, ele não pareceu frear quando me viu, e sim veio mais rápido ainda.

Não consegui me mover, não tive sequer reação ele já estava quase me batendo então apenas fechei meus olhos e esperei pelo impacto. Mas nada aconteceu.

O carro havia parado a centímetros de mim. Mas com a velocidade que ele estava parecia quase impossível que parasse antes de me atingir, eu diria que algo sobrenatural me salvou ou qualquer coisa mas nada seria capaz de parar aquele carro desse jeito.

Senti minha cabeça girar e em seguida perdi os sentidos.

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Acordei em um quarto de hospital. Senti mãos apertarem a minha.

- Querido? - a voz de minha mãe me chamou - Se sente melhor?

- Sim... - Murmurei.

- Oh, quando me ligaram do hospital dizendo que você estava inconsciente aqui, eu fiquei desesperada.

- Está tudo bem, mãe. Foi só um susto, eu...eu quero ir pra casa.

- Claro, vou pedir para te darem alta.

Horas depois eu pude finalmente voltar pra casa. Todo mundo tinha saído, estava entediante. Resolvi sair e andar um pouco.

No caminho passei em frente a uma cafeteria, olhei pela vitrine e uma figura curiosa me chamou atenção. Um homem estranho tomava café, ele vestia um casaco grande preto, uma touca preta cobrindo todo o cabelo e óculos escuros tipo aqueles caras de filme que te seguem pelas ruas e te matam em um beco qualquer. Saí de lá rindo de meus próprios pensamentos e continuei fazendo meu caminho.

Depois de um tempo, notei que alguém me seguia. A rua estava pouco movimentada então podia ouvir claramente que a pessoa andava na mesma velocidade que eu. Um frio indesejado subiu a minha barriga e apressei o passo. Grande erro.

Ele apressou-se também podendo assim chegar perto de mim e me empurrar pra uma direção que só depois pude ver qual era. Um beco.

Ótimo, eu iria morrer como nos filmes.

O mesmo homem da cafeteria começou a se aproximar, ele puxou uma arma da cintura.

- Você facilitou muito as coisas Louis - ele disse apontando a arma pra mim.

- Você sabe meu nome? - perguntei.

- Digamos que meu chefe foi bem específico ao descrevê-lo.

- Então quer dizer que seu chefe é meu fã? - brinquei revirando os olhos.

- Muito engraçadinho Tommo, mas eu não diria fã - ele posicionou o dedo no gatilho e eu recuei - Eu tô com pressa então vai ser bem rápido - encarei a arma apontada para meu rosto. Um disparo e minha vida acabaria agora, apenas um disparo e tudo o que eu construí teria sido em vão. E eu o vi apertar o gatilho - O quê? - ele disse incrédulo apertando várias e várias vezes o gatilho e nada saía - Não! Não isso não pode ser! - ele gritava. Ele estava sem balas, era minha chance.

Comecei a correr pelo beco procurando uma saída e ouvia seus passos me seguirem porém logo ficaram pra trás. Achei uma saída fui diretamente pra minha casa. Fiquei pensando no que aconteceu mas não ousei contar pra ninguém, não achei que valia a pena, então resolvi esquecer.

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Era uma noite fria, as ruas estavam ecoantes ao som dos meus passos. Estava começando a me arrepender de não ter aceitado a carona do Zayn, mas eu era tão orgulhoso que não queria fazer ele dar uma volta maior só pra me deixar em casa, se bem que eu não estava nem aí pro meu orgulho agora.

A imagem do homem que me atacou hoje de manhã aparece a minha frente, ele está vestido do mesmo jeito porém, desta vez, ele está portando uma faca em uma das mãos. Virei na direção contrária e comecei a correr o mais rápido que pude, afinal, ele só me mataria se me pegasse, certo?

Senti uma pancada forte em minha cabeça e caí no chão. Continuei a fugir engatinhando, mesmo com uma dor insuportável e sentindo algo escorrer por trás da minha orelha, sabia que era sangue mas ignorei tudo isso e continuei tentando sair dali. Ele se agachou no meu lado e tirou os óculos escuros do rosto, revelando quem era.

- Me perdoa Lou - Stan falou - Mas eu tenho que fazer isso.

Eu estava incrédulo. Como meu amigo de infância poderia estar fazendo isso comigo?

- O quê? Não! Por que Stan? Por quê? - Gritei, não me controlando e comecei a chorar.

- Olha, eu tenho ordens maiores - Ele dizia calmo - Não se mexa e vai ser bem rápido.

Me levantei rápido e a facada acertou minha coxa, me fazendo cair novamente. Gritei com a dor.

- Não torne tudo mais difícil Lou - ele disse segurando meu pescoço e ergueu a faca. Olhei em seus olhos por um segundo, podia ver através de seu olhar, nele havia tudo, menos ódio - Me perdoe por isso - Fechei os olhos e esperei pela facada, mas ao invés disso ouvi o barulho de algo batendo e logo senti as mãos de Stan afrouxarem de meu pescoço. Me permiti abrir os olhos e o vi jogado no chão, desacordado. Ao seu lado havia uma pedra de tamanho médio, provavelmente o que o acertou.

Levantei com dificuldade e olhei ao redor procurando quem pudesse tê-lo acertado, mas nada. Não havia ninguém por perto.

Minha cabeça começou a latejar e minha visão começou a ficar turva. Senti meu corpo pesar e desabei, porém, dessa vez, braços me envolveram e eu não caí no chão. A última coisa que me lembro é de ter visto grandes olhos verdes e então apaguei.

My Secret Protector [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora