A Linha Azul

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 Ashley não demorou em tornar casa adentro

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Ashley não demorou em tornar casa adentro. As perguntas fervilhavam na sua cabeça como em um enorme caldeirão, prontas para explodir. Quanto mais respostas conseguia, mais perguntas tinha. Foi então que se deparou com os garotos jogados no enorme sofá, expressando um misto de satisfação e cansaço. Os olhos voltaram-se para ela.

— O quê? — perguntou.

— Estávamos te procurando. Já estamos prontos — respondeu Tyler. — Adam nos convidou para irmos a algum lugar comer e discutir sobre o que faremos a seguir. Ele já deve estar chegando.

— E vamos aonde, exatamente? — pareceu animar-se.

— Olha, não faço ideia. Mas, se vamos comer, já está valendo — disse Benjamin, dando de ombros. — Ele até disse que iria pagar. — Então, olhou atentamente para a ruiva, semicerrando os olhos. — Tem uma tempestade vindo. Se você me fez perder meu lanche por causa do seu passeio, juro que vai me pagar um mês de comida.

A garota caminhava em direção a uma das cadeiras acolchoadas para aguardar por Adam junto deles quando, de repente, a porta se abriu e algo marrom e gordinho, que corria com dificuldade, entrou. Um grito foi ouvido, mas ninguém soube dizer de qual dos garotos ele viera. Ashley, até então de costas, assustou-se.

— O que você está fazendo aqui? Falei para você ficar lá! — disse sem sequer perceber que estava falando com o animal na frente dos outros.

Barkley não respondeu, e com a porta ainda aberta, Adam, que havia acabado de chegar, olhou para a garota e franziu o cenho de forma descontraída. Não parecia surpreso com o fato de ela ter dirigido a palavra para um animal, apenas intrigado com o que havia acontecido até ali. Algo dizia a ela que aquilo não lhe era novidade. Estava com alguns papéis em mãos.

— Por que você está falando assim com um animal? — perguntou Sam, coçando a cabeça. — Não acho que ele vai saber te responder o porquê de ter entrado aqui. Provavelmente o pobre bichinho só estava com medo...

Ashley fuzilou o castor com os olhos, respirou fundo, levantou as sobrancelhas e pediu com as mãos para que falasse algo. E ele, de prontidão, obedeceu.

— Eu não estava com me...! — começou ofegante e indignado, mas foi interrompido.

Não pôde terminar, pois Benjamin saíra correndo com um cabo de vassoura atrás dele. Onde o havia encontrado, ninguém fazia a menor ideia. Mas lá estava ele, perseguindo o pobre animal. Uma imensa bagunça se instalou, e a garota não sabia se ficava nervosa por Barkley não a ter ouvido ou se o ajudava. Ele devia ter uma boa razão para ter ido contra o seu pedido. Então resolveu apenas observar por um tempo e ver como aquela perseguição iria terminar.

O castor corria exaurido de um lado para o outro, pois revezava seus suspiros entre tentar se explicar e correr do garoto, que ainda segurava o cabo e derrubava boa parte dos itens que se encontravam em seu caminho.

Novael (VOL. 1) - O Conto de um Reino Perdido | EM BREVE DISPONÍVEL IMPRESSOWhere stories live. Discover now