Quinn Fabray: Janelas,112Abril

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"Está louco!", Santana gritava no telefone. Estávamos, ainda, em New Haven.

"No me gusta, vadia!", berrou. "Quero este dia e não importa o quando vou gastar. Vocês têm três meses para se virar. Dinheiro não é problema!", ela jogou o celular praticamente em mim. "Inferno, Fabray! Quem teve a ideia idiota!?"

Sua.

Não falei. Suspirei. Santana estava no meu – em breve, antigo – dormitório. Estava de pé e eu meio sentada, meio deitada, na minha cama. Peguei seu celular, deu tempo de ver a mensagem.

. Chamada encerrada - 3:23.

Santana sentou do meu lado.

"Desculpa, Q., mas este povo de NYC são um bando de idiotas."

"Santana.", a chamei. "Você mora em New York."

Ela me deu um olhar frio. Dei um sorriso tímido. Afinal, logo, ela seria uma antiga moradora de New York.

Ela levantou, disse que estava voltando para New York, pedi uma corona.

New York é uma ótima cidade, já tinha pensando na hipótese de morar em New York assim que terminar Yale. Era uma excelente cidade para se começar um negócio. E como o dinheiro que sobrou da universidade, por conta da mudança de curso, era uma perfeita escolha.

Se conseguir sucesso, e eu vou, iria esfregar na cara velha daquele maldito velho.

Tenho alguns problemas com meu pai. Desse que me assumi gay e tranquei minha matrícula de direito em Yale – tudo isto em um único Ação de Graça.

Eu e ele nos falamos. Ele realmente pirou foi quando eu apresentei minha namorada no natal – no mesmo ano – e disse qual curso iria seguir.

Meu pai sempre quis uma filha advogada. Frannie virou administradora. Ele tinha suas esperanças para mim que, infelizmente, não senti vocação. Mas este assusto ficou meio resolvido quando Judy, minha mãe, no terceiro ano de universidade, anunciou que estava grávida e, nove meses depois – para sorte de Russel, Francie e minha – era um menino. Charles Fabray.

Mas minha relação com ele ainda não era estável. Porque no natal daquele ano, na apresentação de Hanna, ele ficou furioso.

Hanna Voorwalf era o tipo que usava roupas masculina e cabelo curto, quase raspado, roxo e vermelho. Ela gritava encrenca.

Meu pai e minha mãe falaram comigo, eu estava machucada. Eles sabiam.

Alguns meses, Hanna me traiu e eu segui minha vida em frente.

No último natal, minha mãe tentava me arrumar para uma amiga de uma prima distante nossa, uma tal de Emily. Que lembrava, vagamente, Santana, mas não deu em nada, como sempre.

Chegamos em New York, mostrei o endereço a Santana. O local, visto somente pelo site até então, era perfeito.

Grande.

O teto era todo de vidro.

"É perfeito, Q.", disse Santana. Não respondi, fechei os olhos já imaginando. "Eu posso ajudar."

"Você vai ajudar.", disse abrindo os olhos e vendo Santana com a mão na cintura, sorrindo.

.

"Meu pai me deu algo, San.", disse andando pelas ruas de New York, refazendo um caminho conhecido por mim. "Tecnicamente, ele ofereceu. Eu escolhi onde."

Dei um gole no café. Ainda odiava café.

"Não me enrole, Fabray.", Santana disse. "Estou voltando para L.A ainda hoje."

Ameno - FaberryWhere stories live. Discover now