A Agressão

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- Não, Louis. Não é assim que se faz. - Harry disse nervoso e eu puxei a folha de papel da sua mão.

- Mas tem que colocar dois pê dez pra dar o resultado - retruquei e logo ele pegou.

- Dois pê dez não existe na Química, Louis. O professor vai descontar a nota - puxei novamente.

- Tenta pelo menos - supliquei.

Já se passam das dez da noite, eu e Harry estávamos fazendo o trabalho e eu queria deixar mais fácil as coisas colocando "pê dez" em vez de por o que ele havia pedido.

- A folha vai rasgar - eu e ele puxamos a folha de uma vez e ela se rasgou.

Vi que Harry olhou de olhos arregalados para a folha e cemicerrou os olhos para mim logo depois.

- Olha o que você fez, seu inteligente. Rasgou a folha que demorou quase duas horas pra fazer o trabalho - ele disse e se levantou rápido.

- Eu só queria deixar tudo mais fácil para nós dois - soltei um muxoxo e me levantei também.

- Ah, claro. Louis Tomlinson o mais inteligente da turma e que faz tudo - ele se virou pra mim e sorriu ironicamente - Trapaceando. Óbvio!

Como ele ousa me tratar assim? E na minha Casa?

- Você se acha o mais inteligente né? Mas não passa de um nerd asqueroso que paga de coitadinho só porque tem boas notas e um outro amigo nerd - cuspi as palavras e vi que ele tirou os óculos para limpá -los e escutei passos nas escadas - E ainda vem na minha casa, fica no meu quarto e quer gritar comigo.

- Eu te odeio, Louis. Te odeio - Harry pegou o livro de Química que estava em cima da escrivaninha, pegou sua mochila e abriu a porta do quarto.

Mamãe estava subindo as escadas enquanto ele descia. Fui atrás.

- E não volta mais aqui seu estúpido - gritei, mamãe parou em minha frente com um olhar preocupado.

- O que aconteceu aqui? - perguntou.

- Nada, mãe. Nada. - respondi com receio.

Ela gosta tanto do Harry, que mesmo se eu falasse que ele me bateu ou me xingou - é claro que ele não ousaria fazer isso - ela acreditaria nele.

- Por que ele saiu correndo? - ela perguntou apontando para as escadas.

Pra que tantas perguntas, mãe?

Revirei os olhos.

- Ele é idiota, e ainda rasgou a folha que nós estávamos fazendo o trabalho - me joguei na cama e a olhei se sentar do meu lado.

- Porque você não tenta conversar com ele? Talvez ele só estava nervoso. - ela disse calma e eu me sentei ao seu lado.

- Não, eu não quero conversar com ele. - respondi soltando uma lufada de ar e pegando meu celular em cima da mesinha.

- Harry me parece ser um garoto muito bom. Não deveria ter o tratado assim, Louis.

Revirei os olhos novamente.

- Você não quer que eu peça desculpas pra ele, né? - olhei desconfiado e ela sorriu.

- Claro que quero. E você vai fazer isso sim. Amanhã nós iremos dar um jantar e quero que chame o Harry para jantar com a gente. Okay?

- Mamãe... - resmunguei.

- Louis... - ela sorriu e se levantou - Se anime, filho. Eu gostei do seu amigo.

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