Epílogo

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Faz respiração cachorrinho é o caralho! Isso adiantava de porra nenhuma. Respira e soltar, respira e soltar, respira lentamente e soltar o ar devagar. Estou fazendo isso a seis horas e o bebê ainda não nasceu! Nem mesmo a cabeça ainda tinha aparecido, e a exaustão já estava tomando conta de mim.

— Você está indo bem querida. — Alex diz ao meu lado. Bem? Quis gritar com ele, no entanto o grito que sai de meus lábios não são dirigidos em sua direção.

— Eu não consigo. — deito minha cabeça exausta. Meu corpo todo doía, e eu não sentia muita coisa do tórax pra baixo. — Quero a anestesia.

— Agora não dá mais, Eva. — o médico diz pela milésima vez.

Eles não entendem que se não me derem a anestesia agora o bebê não vai nascer hoje. Meus olhos enchem de lágrimas quando sinto outra contração. Porque eu tive a maldita idéia de não usar a anestesia dessa vez? Porque?! É claro que só eu tenho a resposta para a pergunta. Eu, estupidamente estúpida, achei que como era o meu terceiro filho, não seria necessário anestesia, já que eu já tinha as artimanhas do parto. Como fui burra. Eu deverei imagina que como eu usei anestesia no parto de Ângelo e Miguel, na terceira vez não seria fácil.

— Vai ficar tudo bem, doce Eva.

Ergo a cabeça olhando para Alex, ele estava próximo do meu rosto enquanto segurava minha mão, quando me virei devo ter assustado ele, já que o mesmo foi um pouco para trás.

— Bem?! — digo irritada — Isso é tudo culpa sua! Se não fosse você e esse seu pau, nada disso estaria acontecendo.

— Quando eu disser , empurre. — o médico avisar.

— De hoje em diante seu pênis não entrar mais em mim Alexandre, nunca mais! Por que homem não tomar anticoncepcional? Por que só mulher se ferrar, em doutor? — olho para o homem entre minhas pernas, só vejo seu cabelo por cima do pano. O médico apenas rir, assim como as duas enfermeiras. — Ele não respondeu porque sabe que eu estou certa.

— Você está certa. — Alex diz ainda meio distante, provavelmente com medo que eu possa machucá-lo.

Fez bem ele ter concordado, porque eu estou sempre certa, como também estive certa quando disse que ele deveria ter me contado que já havia três homens da polícia disfarçado entre os homens de Luke, como também deveria ter me contado que os mesmos homens que o jogaram no lago era os oficiais disfarçados. Mas nãããão, ele quis me esconder tudo porque segundo ele, estava fazendo aquilo pelo o meu bem. Bem o cacete, eu pensei que estivesse morto, aonde isso era para o meu bem? Homens e suas idéias estúpidas.

— Empurre!

E eu empurro, com toda força que ainda me resta, e eu quase perco a consciência, tudo em minha volta ficar escuro e meus ouvidos fazem uma zoada como se tivesse uma abelha distante, não escuto nada por alguns segundos.

— Eva? — Alex apertar minha mão preocupado.

— Desculpe. — sussurro de olhos fechados. — Você não é o culpado disso, a culpa foi minha em ter esquecido de voltar a tomar o anticoncepcional. — quando abro os olhos, Alex já tinha voltado para perto de mim. — Eu amo o seu pau, viu? Eu nunca deixaria ele longe da minha vagina. — ele rir e beijar minha mão. — Não tão cedo, porque ela no momento está sendo esfolada para que a ímpar possa nascer.

— Empurre!

E eu empurro de novo, apertando a mão de Alex com tanta força que receio ter quebrado.

— Muito bem Eva, já posso ver a cabeça.

— Graças a Deus! — digo antes de novamente empurrar.

Quando volto a encosta minha cabeça no travesseiro, Alex tirar os cabelos de meu rosto e beijar brevemente os meus lábios pálidos.

— Alex?

— Sim?

— O que você acha de termos três filhos?

Ele parece confuso com minha perguntar, no entanto acaba respondendo.

— Não importa o número.

— Isso significa que você gosta de ímpar agora?

— Quando se trata de algum filho nosso, sim.

Sorrio cansada.

— Eu te amo.

— Eu também te amo.

—  Vamos lá Eva, mais uma vez e logo você poderá ter seu bebê nos braços e tudo isso logo irá acabar.

Empurro mas algumas vezes, faço a inútil respiração cachorrinho e um tempo depois, veio o completo alívio, e o choro do recém nascido tomava conta do lugar. Alex sai do meu lado, e um tempo depois retornar segurando o bebê embrulhado em seus braços. Ele está com um enorme sorriso no rosto.

— Ela é tão linda. — diz hipnotizado pelo bebê. Ele enclina para frente e depositar a menininha em meus braços, ela parece se acalmar. — Eu definitivamente amo o número ímpar.

Sorrio enquanto olho para a bebê, ela tinha cabelos, cabelos castanhos claros e eram grandes. Sua boquinha abre como se tivesse atrás de ar, e faz uma careta quando percebe algo diferente, provavelmente achando estranho já que não estava mais em minha barriga.

Alguns meses antes, quando descobrimos o sexo do bebê, Alex e eu entramos em debate para decidimos que nome daríamos, quando sugerir o nome que eu queria, ele até gosto no começo, isso até ver o significado do nome no Google. Tentou me fazer mudar de idéia, mas me mantive firme em minha decisão. Todavia o significado não importava, ela era nossa, nossa menina de cabelos castanhos claro, que já havia recebido um apelido dado pelos irmãos. Que mesmo sabendo que iriam ganhar uma irmãzinha não ficaram chateados, e depois que Alex falou para Ângelo e Miguel que os dois seriam treinados para assusta todo garoto que chegasse perto da irmã deles, os dois ficaram eufóricos, e até começaram a encher o quarto dela em nossa nova casa de carrinhos significando que nenhum monstro entraria vivo ali dentro.

Uma família cheia de garotos e com alguns probleminhas do passado, mas era minha família, e ela acabar de ganhar outra integrante para participar de toda essa loucura.

— Seja bem-vinda, Berlinda.

De volta ao Convento Where stories live. Discover now