Chapter 31

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Londres, Inglaterra. Dias Atuais

Harry's Point Of View


Eu estava sentado em frente a sala da diretora, impaciente e batendo o pé compulsivamente no chão por causa disso. Não era a primeira vez que aquela garota, a que aparentemente me traria problemas até mesmo sem a memória, anos mais tarde, criava alguma situação que nos levava para lá. No entanto, dessa vez em particular, eu sabia que estaria encrencado quando minha mãe chegou, espumando de raiva, porque aparentemente eu tinha atrapalhado algo muito importante em seu trabalho.

Ela tinha atrapalhado, como sempre.

A porta se abriu interrompendo meus devaneios e me levantei rapidamente, vendo minha mãe sair irritada dali.

- Não, eu não vou conversar com vocês sobre o meu filho quando o problema aparentemente não é esse. – falou ela para os pais da garota. O diretor tentou argumentar, mas ela interrompeu. – Desculpa, mas eu também trabalho e também estava ocupada antes de ser chamada aqui. Vamos Harry.

Feliz por não ter ouvido reclamação ainda, corri atrás dela, que já disparava para fora.

- Senhora Styles... – o pai da garota chamou nos seguindo, e me encolhi, sabendo que ele havia utilizado a pior escolha de palavras possível.

- Não uso mais esse nome. – ela falou tentando obviamente, controlar o tom de voz. – Acho que já deixei isso claro nas várias outras vezes que sua filha fez merda e Harry veio parar aqui por isso.

- Ah, me desculpe. – ele falou com sarcasmo. Ela óbvio que estava provocando. – Mas você não acha que com uma família tão desestruturada, é mais fácil que Harry seja o problema? – perguntou. – Hannah tem uma pai, e uma mãe...

- Escuta aqui, meu senhor. – ela interrompeu, dando vários passos em sua direção. Achei que voaria no pescoço do homem e fui atrás, também irritado agora. – Harry também tem um pai e uma mãe. Não vivermos mais juntos não significa nada! Se a sua filha, mesmo com uma família tão "estruturada", consegue ser uma vadia mirim, desculpa, mas o problema está com a sua família, não a minha.

- Você falou o que?! – ele praticamente gritou, mas minha mãe já entrava no carro e eu a segui.

- Que droga, Harry! – ela esbravejou, dando partida sem se importar com o pai da garota gritando atrás de nós, entrando em seu próprio carro. Eu só esperava que ele não nos seguisse.

- Mãe eu não fiz nada! Você sabe que não! – me defendi. Hannah tentava ficar comigo de todas as formas possíveis e quando não conseguia, aprontava alguma e me levava junto com ela para a diretoria. Ela deveria ter algum problema que merecia tratamentos psicológicos e remédios, mas isso deveria ser problemas de seus pais e não meu.

- Não tem como pelo menos ficar longe dela? – minha mãe perguntou para mim, se distraindo por alguns segundos com o carro dele logo atrás. – Esse idiota ainda vai nos seguir, ótimo.

Ignorando o que ela disse por isso, continuei, sem me importar dela estar mais preocupada com o espelho retrovisor do que com a direção em si:

- Mãe, eu juro que estou tentando!

- Ah, jura que está? Pois não parece. – assim que ela falou isso, meu corpo inteiro estremeceu e me lembrei do que vinha depois. Aquela sempre era a última frase que ela usava antes do caminhão chocar-se contra nosso carro e pela primeira vez, me dei conta de que aquilo era uma lembrança.

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