Parte 2

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"Quando você fugiu pela terceira vez, ainda sem me dizer seu nome, eu me senti um lixo.

Sim, um lixo, love.

Talvez porque você fosse diferente das outras que sempre queriam algo a mais, seja por interesse, ou por jurar que me amavam. Você fez tudo que eu não imaginava que você faria.

E a partir de então, meus amigos percebiam como eu estava diferente, como eu estava triste, cabisbaixo.

Eu me apaixonei por você, love, desde a hora em que pus meus olhos em você.

E eu me senti mal quando você foi sem deixar nenhuma pista de onde eu poderia te encontrar mais uma vez.

Diversas vezes fui ao X CLUB te procurar, mas foi em vão; você não estava lá em nenhum momento, e o dono do local não me dava ao menos uma informação sobre você.

Foi quando decidi deixar as coisas rolarem, e depender unicamente da sorte. Eu sabia que o destino tinha algo guardado para mim, sendo você ou outra mulher como você.

Mas nunca, love, nunca melhor do que você.

Foi uma noite - a melhor inclusive -, e pouca conversa. Eu não te conhecia direito, mas sentia a necessidade de entrar em sua vida, de entrar em seu coração e fazer dele a minha moradia.

Eu sempre quis ser tudo para você, como você sempre foi para mim.

Sem esperar por mais nada do destino, passei a me envolver com outras pessoas, voltei a sair frequentemente com meus amigos, mas você nunca abandonava meus pensamentos.

A temporada no United estava uma maravilha, e eu estava por fim conseguindo me concentrar e dar o meu melhor. Estavamos em 2° no campeonato inglês, e estava tão feliz, que nos momentos que eu estava me dedicando ao que eu amava, eu esquecia do meu sofrimento.

O United era um escape para a falta que você fazia.

Eu tinha esperança de te encontrar em qualquer ligar na Inglaterra, pois eu sabia que você não iria para tão longe.

Até que eu te vi.

Em uma noite fresca, em meio a uma corrida noturna que eu estava fazendo, pude observa-la em frente a London Eye. E Deus, como você estava ainda mais linda, love.

Eu queria saber como aquilo era possível, mas não encontrava respostas concretas para nada que envolvesse você.

Não pensei duas vezes antes de ir até você, e não sei. Eu não sei o que eu pensava, só sei que eu te queria, louca e desesperadamente.

- Morgan? - você falou, arregalando os olhos enquanto largava o sorvete que tomava no chão, sujando partes do meu tênis e dos seus sapatos. - O que faz aqui?

- Prazer - seus olhos não focavam em mim, e eu estava desesperado por esse motivo. - Como você se chama?

Você estava estática ainda, olhando para tudo, menos para mim. Eu só queria uma resposta, na qual só você poderia me dar, mas parecia se recusar até o momento.

- Morgan, foi só uma noite - você tentou, mesmo eu não querendo aceitar tais palavras de você.

- Então eu sou só mais um? - magoado. Era como eu me sentia, e me arrependia de tratar algumas mulheres dessa mesma forma.

- Não vai me dizer que você espera por mais? - debochou, rindo logo em seguida. - Eu sei que eu sou só mais uma, então para você não me dispensar, eu estou te dispensando antes.

Aquilo me magoou tanto, que por minutos eu desejei nunca ter te encontrado de novo, love. Talvez esse fosse seu mecanismo de defesa contra mim, mesmo eu estando completamente com minha "guarda baixa".

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