Capítulo 11

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Malia

Depois de ter tomado um belo banho, me joguei na cama com toalha e tudo, de barriga pra cima e com as mãos debaixo da cabeça, fiquei pensando no meu pai, como sinto sua falta... Olho para a caixinha de música que o Scott me deu e me pego a imaginar nos nossos momentos juntos.
Ouço o som da notificação do Skype no computador, era a Spencer me convidando para uma vídeo chamada.

- Hey, como você está? - Ela pergunta e eu suspiro em resposta. - Pergunta idiota eu sei. Faz um mês hoje né?

- Sim... Vou lá daqui à pouco, pôr umas flores e...

Eu não consigo conter às lágrimas, faz um mês, mas parece que foi ontem que eu o perdi. Não consigo acreditar que ele não está mais comigo, e ele estava bem, não consigo aceitar, não, não, não.

- Hey, vai ficar tudo bem Mal...

Enxugo as lágrimas.
- Eu não entendo... Ele parecia bem.
E ainda tem o Jordan Parrish de guarda todos os dias aqui em frente e em todos os lugares que eu for, estou me sentindo sufocada.

- Eu sei que não é nada fácil, Mal. Mas é para seu bem, os caras que atiraram em seu pai, ainda estão por aí a solto, e até onde sei a polícia não teve nenhum progresso, ou pista...

- Eu sei me defender, Spencer.

- Mas é melhor não sair sozinha.

- Vou indo agora, mas tarde nos falamos, okay?

- Certo. Bye!

Desligo o computador, coloco uma roupa qualquer, um casaco com capuz e desço para ir ao cemitério.
A Hayden está tomando café, tento sair sem que ela perceba, mas falho.

- Malia, não vai tomar café de novo?

- Huum, não?!

Ela se levanta e vai até a sala, eu já estou com a porta aberta pronta pra sair.

- Você vai acabar ficando doente.

- Eu estou bem.

- Você não pode sair sozinha.
Malia!!

Ouço ela gritar ao fechar a porta.
Coloco o capuz e vejo que o guarda está bem ocupado com a Lydia, todos os dias pela manhã ela vem me visitar, mas antes de entrar fica uma meia hora conversando com o Parrish. Ela botou os olhos nele desde o dia em que, bom, chegamos de Rosewood. Parrish estava lá ajudando o Xerife nas investigações. Ela nem esperou seu fim de relacionamento com Stiles e já estava se pegando com o Jason Dilaurentis nas férias; Mal chegou de Rosewood e já colocou o Parrish na mira, ela é rápida. Aproveito que estão distraídos e saio sem que percebam. Passo em uma lanchonete, compro um capuccinos​ e um salgado.
Vou até o túmulo do meu pai.

- Oi pai, aqui estamos mais uma vez tomando café, juntos, como sempre. O café está horrível por sinal. É eu sei, você já está cansado de ouvir isso, é o que digo todos os dias. É que não tem café no mundo melhor do que o seu... Lembro de quando a mamãe nos levou para tomar café em uma padaria e eu disse "Olha papai, que café bom", e você me olhou com um olhar de interrogação e eu disse imediatamente "Brincadeira papai, esse café é horrível, ninguém faz um café tão bom quanto o seu", e todos começaram a rir. Eu sinto tanto sua falta pai.. - Meus olhos se enchem de lágrimas, mas eu consigo me conter. - todos os dias quando vou dormir, fico esperando você aparecer no quarto apenas pra me dar boa noite, como sempre fez, e você não aparece. Acordo pela manhã, torcendo pra que isso tenha sido apenas um pesadelo, mas daí me dou conta que é real. Eu tenho afastado meus amigos de mim, pai, eles que são insistentes demais para me deixar, mesmo que eu os ofenda, continuam lá por mim... talvez seja por isso que eles são chamados de amigos.

Do AvessoWhere stories live. Discover now