Capítulo 8

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CAPÍTULO OITO

Sem conseguir pregar os olhos durante toda a noite, María acabou adormecendo às sete da manhã e des­pertou uma hora depois. As narinas sentiram o aroma de café fresco, e o estômago dela automaticamente se embrulhou. Olhos arregalados de preocupação, ela pulou da cama, passou por Esteban , que estava em pé no meio do quarto com uma bandeja de café da ma­nhã, e seguiu a toda para o banheiro.

— Você está bem? — perguntou Esteban , da porta. Muito encabulada, María bateu a porta do banheiro na cara dele.

— Será que eu não posso nem passar mal em paz? Depois de uma chuveirada demorada, ela saiu do banheiro e encontrou o quarto vazio. Ao descer as escadas, Tabby a levou para tomar café na sala de jantar.

— Esteban disse que você não estava passando bem. Ele está preocupado com você... Nossa, ele é um gato. — Tabby abaixou a voz para comentar com um sorriso irreverente. — Christien e ele se deram muito bem.

— Não diga? Eu não precisava de uma bola de cristal para adivinhar isso — comentou María. — Onde eles estão?

— Bem, eles disseram que iriam dar uma volta para conversar sobre negócios... Mas eu aposto que vão acabar na adega ou dando uma volta no carro novo de Christien — opinou Tabby, com sua risada contagiante.

— Qual a maneira mais rápida de descobrir se você está grávida? — perguntou María à amiga, sem meandros.

Tabby piscou, respirou fundo e fez uma pausa an­tes de dizer:

— Eu posso levar você ao meu médico.

Tabby deu um telefonema, enquanto María bebericava o chá. Comeu apenas uma torrada, nervosa de­mais para sentir fome. Ao saírem, a amiga a encarou:

— Obrigada por confiar em mim.

— O medo adora companhia — respondeu María. Uma hora depois, ela teve certeza: estava grávida.

Não podia mais fugir da realidade e torcer para que fosse tudo um problema nervoso. A confirmação a tinha arrasado.

— O que você vai fazer? — indagou Tabby, preo­cupada na viagem de volta ao castelo.

— Não sei. — María dizia a verdade.

Ela tivera uma infância tão infeliz. Imaginar uma pobre criança passando pelo mesmo martírio lhe par­tia o coração. Claro que nunca castigaria um filho por notas ruins no colégio. Tampouco criticaria a feiúra dele. Nem diria a ele ou a ela, como uma vez lhe dissera sua mãe, que só mantinha uma relação ruim e destrutiva pelo bem da família.

— Converse com Esteban ... Ele é... Quero dizer... O bebe é dele?

María, desconsolada, fez que sim com a cabeça.

— Ele é muito bom com crianças — disse Tabby.

— Jake e Jolie pularam em cima dele nesta manhã, e ele se saiu muito bem. Você vai se acostumar com a idéia.

— Eu sei que vou... — A idéia de aceitar aquela nova vida crescendo dentro dela a chocava profunda­mente. Parecia extraordinário, quase um milagre, algo digno de celebração, em vez de medo e angústia.

— Eu amo bebês — afirmou Tabby, estacionando o carro do lado de fora da sua imponente residência.

— Christien achava que a gente devia esperar Jolie crescer um pouco, mas eu, não.

Vitoria do AmorWhere stories live. Discover now